20/09/2022 - 15:39
Os preços dispararam com o fim dos confinamentos pela covid e o início da guerra na Ucrânia e, segundo o FMI, a inflação mundial alcançará 8,3% este ano. Como os lares serão afetados?
– Combustível –
Desde o início da guerra, os preços do petróleo dispararam já que a Rússia é seu terceiro produtor mundial. O barril de Brent, do Mar do Norte, beirou os 140 dólares antes de voltar para os US$ 100. No fechamento de segunda-feira, o valor do barril deste petróleo de referência fechou em alta de US$ 92.
A valorização da gasolina provocou o encarecimento da gasolina, superando os dois euros por litro em março na França, Alemanha e Reino Unido, e cinco dólares o galão (3,78 litros) nos Estados Unidos em meados de junho, um ritmo que desacelerou nas últimas semanas.
O mesmo aconteceu com o óleo e o gás: a energia é de longe o principal componente da inflação na zona euro, com um aumento do 38,% interanual em agosto, segundo cifras do Eurostat publicadas nesta sexta-feira.
Isto repercute em toda a economia, ao aumentar os custos de produção das empresas. A situação é tão crítica que algumas fábricas fecharam para evitar despesas muitos altas.
– Massas, feijão e tortilhas –
A Ucrânia é considerada o “celeiro da Europa” e sua invasão fez disparar os preços dos cereais, levando o trigo a níveis recordes em março.
As massas também ficaram mais caras. Em maio, a Allianz estimou um aumento em 19% do produto na zona do Euro nos últimos 18 meses.
No Canadá, grande exportador de trigo, o pacote de 500 gramas de massa subiu 60 centavos em um ano, chegando a 3,16 dólares canadenses (2,39 dólares americanos), segundo números oficiais.
Na Tailândia, o popular macarrão instantâneo teve o preço congelado pelo governo depois de subir em agosto pela primeira vez em 14 anos, passando de 1 baht (0,03 dólar) a 7 bahts.
Derivada do milho, o quilo da tortilha, alimento básico no México, aumentou em média 2,79 pesos (0,15 dólar) entre janeiro e meados de setembro, segundo dados oficiais. É um dos produtos que mais influenciam na inflação do país.
No Brasil, o feijão carioca chegou a custar em agosto 22,67% a mais do que um anos antes, segundo o Índice Nacional de Preços.
– Carne –
Com a alta dos grãos, ficou mais caro alimentar o gado e, assim, o preço da carne também subiu.
A carne suína, a mais consumida na China, registrou um aumento de 22% ao ano em agosto. A agência Xinhua anunciou na sexta que as autoridades recorreram a suas reservas estratégicas deste alimento pela segunda vez este ano para estabilizar o preço.
Na Argentina, a carne moída, popular por seus preços tradicionalmente baixos, aumentou 76,7% no índice anual. O país sofre una das piores taxas de inflação do mundo, de 56,4% nos primeiros oito meses do ano.
Na Europa, o preço das aves aumentou especialmente por causa da gripe aviária. Em agosto, o preço por 100 quilos de frango teve um aumento anual de 33%, segundo dados da Comissão Europeia.
– Cerveja –
A inflação também também chegou ao ‘happy hour’: a cerveja foi afetada pela alta da cevada, do trigo e também do alumínio das latas e vidro das garrafas.
Estas bebidas ficaram “70% mais caras que antes da guerra” na Ucrânia, segundo a associação ‘Cervejeiros da Europa’.
A holandesa Heineken indicou um aumentou médio de 8,9% no primeiro semestre. Segundo estimativas da Bloomberg, a belgo-brasileira AB InBev (Corona, Budweiser, Quilmes…) aumentou suas marcas em 8%.
No Reino Unido, o preço da cerveja superou as quatro libras esterlinas, o nível mais alto desde 1987, segundo sua agência nacional de estatística.
– Jornais –
O papel também ficou mais caro. Sua fabricação requer muita energia e seu preço aumentou com a retomada da atividade após os confinamentos.
Jornais franceses como o Le Figaro, L’Humanité e Le Point encareceram em algumas dezenas de centavos de euro desde janeiro.
No Reino Unido, publicações como The Sun, The Times e The Sunday Mail também anunciaram aumentos.
Outras optaram por reduzir sua paginação. Em todo o mundo, os preços dos jornais subiram cerca de 6,5% em julho, segundo o Eurostat.