A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (22), decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A medida impacta na rentabilidade das aplicações financeiras.

O economista e gestor de investimentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Vinícius Machado, recomenda não investir em título Selic e sim optar por papeis vinculados a inflação ou os prefixados.

“Essa é a recomendação porque já é consolidado que a taxa de juros não deve ser maior do que a atual e agora é uma questão de acomodação para de fato ter uma queda. No segundo semestre, eu aposto que a taxa de juros será menor”, afirma o economista.

Luis Barone, gestor da Galapagos Capital, também acredita na queda da Selic. “Embora as quedas de juros já estejam bastante precificadas pelo mercado, alocar em prefixados de no máximo 3 anos é um modo de capturar os ganhos provenientes dessa futura queda de juros”, disse. Com a Selic a 13,75%, outros analistas financeiros recomendam investimentos indexados a própria taxa. Veja alguns:

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Tesouro Direto Selic

O Tesouro Direto Selic rende 100% da taxa básica de juros. No início de 2021, o retorno para quem aplicava nessa opção de investimento era de 2% ao ano, o que era considerado muito pouco e fez muita gente resgatar sua aplicação. Porém, esse valor foi subindo ao longo dos anos. “Essa aplicação é considerada por muitos analistas o investimento mais seguro no Brasil. Além de trazer segurança, ele rende mais do que a poupança e, caso o resgate seja solicitado até às 13h, o recurso é liberado no mesmo dia. Após este horário, a liquidez é em D+1, ou seja, o dinheiro cai na sua conta no dia seguinte”, explica Diogo Santos, assessor de investimentos da iHUB Investimentos.

Fundos de investimento Referenciados DI

Os Fundos DI buscam obter retornos que acompanham o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – taxa que os bancos e instituições financeiras usam para fazerem empréstimos entre si. Suas características principais são: baixa volatilidade e baixas taxas de administração.

“Com frequência são utilizados como caixa ou reserva de emergência por possuírem retornos próximos ao CDI, aliado a liquidez imediata ou D+1. Porém, isso pode variar de fundo para fundo”, disse Santos.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

Os CDBs também são oportunidades para quem busca se beneficiar da taxa Selic. Existem alguns certificados de depósito bancário, como os títulos pós fixados e atrelados ao CDI. Essa opção segue a Selic, por isso, quando a Selic sobe o CDI acompanha e vice-versa.

“Com a Selic a 13,75%, investimentos indexados a própria taxa são bons. Tesouro Selic (título público) ou fundos DI, que vão acompanhar a curva da Selic valem a pena, desde que tenham uma taxa de administração baixa, pelo menos 0,3 ou 0,5 ao ano. Os CDB’s indexados ao CDI, que são pós fixados também são bons. Todo esse universo de pós fixado vai render bem com a taxa de juros alta”, completa Paulo Cunha, CEO da iHUB.

Título IPCA+

Outra opção é o investidor comprar um título prefixado ou um título IPCA+, que também tem um componente prefixado. “Quando a Selic começar a baixar e a curva de juros toda baixar, esse tipo de papel pode trazer bastante ganho, podendo ter uma valorização de 20%, 30%, até 40% em um ano só, dependendo da intensidade que os juros baixarem, mas isso implica riscos também. Se os juros continuarem subindo, você pode perder dinheiro”, completa Paulo Cunha.