A menos de um mês para o início da primavera, o comércio já se prepara para mudar as vitrines, tirando os itens de inverno, para dar lugar aos produtos com melhor desempenho na nova estação. Essa mudança também significa o início de promoções para os consumidores.

Mas como aproveitar os descontos sem prejuízo no bolso e arrependimentos? Especialistas em consumo dão dicas de como ficar atento antes de sair às compras e usufruir dos saldões.

Previsão do tempo: últimos dias de agosto ainda terão nova onda de frio

Desconto ou pegadinha?

Uma promoção legítima acontece quando há um desconto ou redução do valor real pelo qual ele estava sendo comercializado anteriormente. No entanto, algumas vezes, as lojas buscam burlar essa condição, apresentando um valor anterior superior ao que era, reconhece a professora e coordenadora do Curso de Administração da ESPM Frederike Mette. “Desta forma, o consumidor precisa pesquisar bem se os preços apresentados na promoção realmente refletem ou estão inferiores aos anunciados”, diz. 

Para isso, o especialista em marketing e fundador da Hub375, Paulo José, indica sites de acompanhamento de preço. “Você também pode definir um preço alvo e o site te alerta quando o produto chegar no valor que você procura”, explica.

O ReclameAqui e Consumidor.Gov também funcionam para verificar se o site é idôneo e se a empresa realmente busca solucionar os problemas de seus clientes.

Somente o necessário

Com tantos descontos, é comum comprar por impulso. Nesses casos, José indica esperar 24 horas e refletir antes de ir à loja ou clicar no botão “comprar”.

Ele ainda sugere que o consumidor se faça algumas perguntas antes da compra, como: “Esse produto vai realmente me ajudar?”, “Se eu tenho um produto similar, ele ainda aguenta mais um pouco?” e “Eu realmente usarei todas as funções e novidades que esse produto proporciona?”.

De olho nas finanças

Mette aconselha que, antes de ir às compras, o consumidor tome nota de sua situação financeira para saber o quanto pode gastar ou o quanto caberia no orçamento. 

José complementa dizendo que o ideal é evitar cair na armadilha de dividir em muitas vezes, o que parece tentador mas pode acabar comprometendo sua renda mensal. “A melhor dica é realmente buscar fazer uma poupança e reduzir o máximo possível o número de parcelas. Essa dica de certa forma também ajudará a pensar e refletir se realmente você precisa do produto agora”, explica.

Vale a pena estocar produtos?

Para a coordenadora do curso da ESPM, essa premissa só vale para produtos que não sejam sazonais, que podem ser usados por anos seguidos. “Produtos sazonais dificilmente serão reutilizados no próximo ano. E sempre aparecerão novas tendências e novas vontades de consumo por parte da pessoa”.

O especialista em marketing concorda e acrescenta que, caso o produto esteja com um preço nunca antes praticado, também pode ser interessante a compra. “Caso contrário, o ideal é deixar o seu dinheiro investido e ir comprando conforme a demanda ou necessidade”, ressalta.

Online ou físico?

Atualmente, as empresas buscam a cada dia criar uma maior sinergia entre suas lojas físicas e online e, segundo José, a diferença de preços entre os canais físicos e online tem diminuído ao longo dos anos.

“Porém os marketplaces, pequenos lojistas que oferecem seus produtos em grandes sites de comércio online, podem oferecer muitos preços atraentes, mas é importante sempre olhar a reputação do vendedor, prazo de entrega e o custo do frete”, lembra.

Mette ainda reforça que a forma de pagamento também pode implicar em descontos mais agressivos, no caso de compras à vista.

Invista no básico

A professora e coordenadora indica a compra de produtos não sazonais. “Invista em cores neutras, que nunca saem de moda. Por exemplo, calça jeans, casacos pretos, brancos etc.”

Outro caminho observado por José é o que a indústria chama de “phase-out”, o que significa um produto ou modelo que em breve será trocado por um modelo novo e pode ser negociado com preços bem agressivos. “Muitas vezes comprar um produto de um modelo que não é o mais atual pode ser a oportunidade de ter o produto que almeja ou que estava necessitando sem ter que investir muito para aquisição”.