O Dia das Crianças está chegando, e além de presentear os pequenos, que tal aproveitar a data para ensinar sobre algo que eles vão levar para a vida inteira: a educação financeira?

+ Quanto dá para juntar em 5 anos se eu guardar R$ 300, R$ 500 ou R$ 800 por mês?

O assunto pode ser difícil e muitas vezes é visto como tabu, mas mesmo quando não se conversa especificamente sobre o dinheiro, as crianças observam os comportamentos e comentários que são feitos perto delas.

“A criança, mesmo antes de alfabetizada, absorve o comportamento dos pais, ou das pessoas mais próximas afetivamente, como avós e tios. Se essa pessoa tem uma relação ruim com o dinheiro, a criança vai absorvendo essas impressões e pode lá na frente reproduzir o comportamento, porque não sabe fazer diferente”, diz a planejadora financeira Paula Sauer.

Larissa Frias, do C6, reforça: “quando a gente fala em organização financeira, é um hábito. E quanto mais cedo a gente adquire esse hábito, melhor. Claro que respeitando as faixas de aprendizado”, diz.

Crianças de 5 anos: foco no visual

Para Larissa Frias, nessa faixa de até cinco anos, o principal é introduzir para a criança o conceito do que é dinheiro de forma lúdica e a importância dele no dia a dia.

Enquanto a criança ainda não foi alfabetizada, Paula Sauer também sugere focar em atividades mais visuais e familiarizar a criança com os conceitos de números e quantidades. “Vá com a criança no mercado e peça para ela pegar 5 laranjas, e vá contando com ela. Ou vá para a cozinha e peça a ajuda da criança para separar as quantidades de açúcar para um bolo”, sugere. Essas atividades ajudam a desenvolver a noção de quantidade e valores.

Além disso, já dá para começar a juntar dinheiro com a criança em cofrinhos – de preferência, transparentes, diz Paula. “Se a criança é muito novinha, talvez só o peso do cofrinho seja muito abstrato, mas se o cofrinho for incolor, ela vê a quantidade de moedas crescer”, afirma.

Aos 10 anos: semanada e tarefas remuneradas

Com essa idade, a criança já lida melhor com números, sabe somar e subtrair. “Os pais já conseguem introduzir temas como desperdício, preço, gastos, uma preparação para a consumo consciente”, diz Larissa.

Mas Paula Sauer alerta que ainda é difícil nessa idade planejar algo de mais longo prazo. “Ao invés de falar em meses, prazos, datas, diga que algo é para o Natal, é para o Dia das Crianças, para as férias, ou para o dia que ela for para a casa da vovó”.

Justamente por essa maior dificuldade de compreender períodos mais longos de tempo, a planejadora sugere uma “semanada”, em vez de mesada. Quando a criança tem uma mesada ou semanada, começa a perceber que o dinheiro não é infinito e que é preciso fazer escolhas.

Outra dica de Paula é recompensar a criança por tarefas extras. “Não é recompensar por arrumar a cama ou lavar o prato em que comeu, isso é obrigação. Mas é recompensar por algo a mais. A criança vai entender que seu esforço será recompensado. Assim ela começa a associar o dinheiro ao trabalho e à disciplina.”

Paula sugere também deixar as crianças dessa idade organizarem as contas que chegam pelo correio. Assim, começam a compreender que coisas como luz, gás, água, telefone e cartão de crédito custam.

Jovens de 15 anos: o valor do dinheiro e os juros

Na adolescência, há jovens que já trabalham e ajudam os pais com as contas da casa e aqueles que ainda são sustentados pela família. As pessoas com essa idade já têm uma clareza maior do valor das coisas, de produtos e marcas que são mais caros ou mais baratos, diz Paula.

Larissa conta também que é um momento ideal para começar a instruir o jovem a como traçar metas, poupar e a pensar no futuro.

Leia a reportagem completa no B3 Bora Investir, parceiro do site IstoÉ Dinheiro.