Encontrar uma franquia com a qual haja forte identificação é um dos princípios básicos para quem quer investir num negócio já testado e formatado. “Esqueça aquelas dicas e indicações do que está em alta”, diz Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, consultoria em pesquisas sobre franchising. “Franquias dão certo quando os interessados têm, antes de tudo, uma forte identificação com o negócio e com os produtos e serviços comercializados.” Segundo ele, essa identidade é transformada em dedicação e envolvimento, que é a mola geradora do sucesso.

“Pior do que ter um emprego que você não gosta é ter um negócio com o qual não se identifica”, afirma. A identificação também é apontada como fundamental por Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF. “Para quem gosta de culinária, a área de alimentação pode ser uma boa opção”, diz Tieghi. “Se educação for seu maior interesse, a escolha pode ser uma franquia de idiomas ou treinamentos.” Além disso, o interessado deve entender e concordar com o sistema de franquias que oferece a força de uma marca ou rede, mas também demanda a adaptação e execução de uma série de processos, sistemas e modelos, “A não adaptação ao modelo da franquia é uma das principais causas de insucesso”, afirma.

Outro ponto importante é avaliar e desenvolver o plano de negócios, que abrange: produto e serviço, preço, potencial de mercado, ponto comercial e fluxo financeiro, sem esquecer, é claro, o capital necessário, não apenas para o investimento inicial, mas para financiar a operação da franquia. “Faça uma análise do negócio, inserido na comunidade onde pretende atuar, bem como submeter à análise dos documentos ofertados pelo franqueador a profissionais especializados”, diz Thaís Kurita, sócia do escritório KBM Advogados. O candidato deve verificar, ainda, que tipo de apoio receberá do franqueador antes do início das operações, como a seleção e a negociação do ponto, projetos de arquitetura e fornecedores de equipamentos e mobiliário.

E, é claro, não pode descuidar do treinamento. “É pelo treinamento que se pode avaliar o grau de conhecimento do franqueador sobre o negócio e sua capacidade em transferi-lo ao franqueado”, diz Rizzo. Um treinamento adequado cobre todas as atividades do chamado “front-office” (da vitrine ao balcão) e, principalmente, o “back-office” (do balcão ao estoque). É preciso pesquisar exaustivamente tudo o que envolve a marca, privilegiando o contato direto com o franqueador em vez de intermediários.

“Corretores e consultores são movidos pela comissão e muitas vezes acabam prometendo e concordando com o franqueado mesmo naqueles pontos dos quais deveriam discordar”, afirma Rizzo. Antes de decidir sobre o negócio, converse com pelo menos quatro franqueados. Dois deles, com menos de dois anos e os outros, com mais de dois anos no negócio. “Esses franqueados vão contar tudo o que acontece depois do início da operação da franquia, sob uma perspectiva prática de quem já esteve onde o candidato está agora.” Confira, ao lado, as marcas mais populares no País e as dicas dos especialistas para os novatos.

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