Ter uma ideia viável economicamente é o primeiro passo para uma empresa chegar ao mercado com o pé direito. Estabelecer uma sociedade saudável, no entanto, é tão ou mais importante que preparar um bom plano de negócios. Como a experiência mostra, nem sempre os fundadores de uma empresa trabalham na mesma sintonia. Embora o desentendimento entre sócios seja parte de jogo, é sempre bom tomar algumas precauções para evitar problemas no futuro.

No caso de startups, em que muitas vezes os empreendedores não têm experiência em assuntos societários, isso é ainda mais importante, especialmente porque problemas nessa área podem afastar possíveis investidores.

Para entender melhor minimizar os riscos na sociedade de uma empresa iniciante, o blog conversou com a Paula Tonani, doutora em Direito Econômico pela PUC/SP e fundadora do Tonani Advogados, para listar cinco dicas para uma startup não perder um investidor. Confira abaixo:

1. Faça previsões contratuais de expansão
A empresa precisa nascer pequena e com baixo custo. No entanto, devem estar contidas previsões contratuais de expansão, evitando engessamento.

2. Saiba as diferenças entre os modelos societários
Estude os diversos modelos societários previstos em lei, dentre os quais de destacam: sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade anônima, sociedade limitada e sociedade em conta de participação.

3. Estude também o regime tributário
Sempre existe a possibilidade de adequar a empresa para receber investimento. O regime tributário também está relacionado ao modelo societário escolhido.

4. Foque na liquidez
Quanto mais redonda uma startup nasce, menor é o custo com essas alterações contratuais ou com a manutenção de um modelo societário inadequado e mais robusto; e, portanto, maior será a liquidez da empresa.

5. Sempre escolha muito bem os seus sócios
O rompimento entre sócios é muito mais tumultuado do que a demissão de um colaborador, especialmente quando há litígio. O procedimento para liquidação de uma sociedade – observadas as devidas proporções -, é muito semelhante à dissolução de um casamento na forma litigiosa. O processo é lento, demorado e afasta investidores. Afinal, quem investiria em uma empresa com litígio judicial envolvendo saída de sócios?