05/01/2025 - 12:00
Em 2025, a política brasileira começará a responder a uma grande questão gerada pela reeleição de Trump: a retomada do trumpismo irá convergir com o bolsonarismo no Brasil, ou o nosso destino será divergente, contrariando os dois últimos resultados eleitorais presidenciais?
O primeiro ano do segundo mandato de Trump enviará sinais importantes para os atores políticos brasileiros, especialmente para Lula, que pensa na reeleição, e para os expoentes do neobolsonarismo. Para estes, os sinais
parecem mais animadores.
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Trump está convicto de que 2025 será o ano dos EUA, com fatores globais favoráveis às suas políticas internas, como o fortalecimento do dólar e a atração de investimentos externos. Além disso, destacam-se as medidas de taxação e o afastamento de conflitos internacionais, isolando-se geopoliticamente para focar na economia interna.
O desempenho inicial do governo Trump 2II será tema de uma “guerra de narrativas” no Brasil. O ano de 2025 será crucial para a comunicação estratégica pré-eleitoral, com atenção à construção das narrativas de 2026.
Já a performance de Javier Milei, da Argentina, tem servido de paradigma para algumas propostas da “nova” direita no Brasil, algo que encontra apoio nas bases bolsonaristas nas redes sociais.
No Brasil, com a perspectiva de crescimento econômico moderado, desvalorização do real, pressão por ajustes fiscais e controle da dívida, a esquerda precisará comunicar claramente as diferenças de contexto macroeconômico. Caso contrário, o debate eleitoral de 2025 pode se arrastar para uma comparação entre o modelo da esquerda brasileira e o trumpismo, o que pode ser prejudicial para a narrativa progressista.
*Marcos Carvalho é CEO e fundador da agência de marketing digital AM4 Brasil