26/01/2015 - 15:41
O genocídio de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, seguindo o plano da “Solução Final”, começou depois da invasão da Polônia, em setembro de 1939, e foi aumentando de escala gradativamente.
O primeiro massacre foi realizado por meio da fome e de fuzilamentos em massa.
Os judeus aprisionados em guetos, a maioria em Varsóvia, morriam de fome. E no que ficou conhecido como “Holocausto a tiros”, pelotões de fuzilamento, chamados Einsatzgruppen, mataram um milhão de pessoas.
Eram, na maioria, judeus e sovietes prisioneiros de guerra na Polônia, território báltico e soviético tomado do Exército Vermelho depois da ruptura do pacto de não agressão entre alemães e soviéticos e da invasão nazista na União Soviética em 22 de junho de 1941, na Operação Barbarossa.
Contudo, Heinrich Himmler, o cabeça da organização paramilitar nazista SS, entendeu as limitações dos seus métodos de extermínio, os quais tinham afetado a moral de suas tropas e dificultava sua aplicação em larga escala no oeste da Europa.
Com seu representante, Reinhar Heydrich, ele estabeleceu um método mais discreto de extermínio: o genocídio em câmaras de gás, uma técnica já testada na Alemanha no extermínio de pessoas com deficiência.
Na União Soviética, os esquadrões da morte nazistas se seguiram ao aparecimento das forças de defesa alemãs Wehrmacht, que usavam as chamadas ‘vans de gás’, enquanto na Polônia as vítimas eram levadas para morrer em campos de concentração.
Desde o verão de 1941, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, perto da cidade de Cracóvia, no sul da Polônia, os nazistas experimentaram nos sovietes e nos prisioneiros doentes o Zyklon B, um pesticida à base de cianeto inventado na Alemanha no início dos anos 1920.
No final de 1941, foi elaborado um plano para exterminar dois milhões de judeus no solo polonês ocupado pela Alemanha, mas não diretamente anexado pelo Reich. Denominada “Operação Reinhard”, o plano consistia em três campos de concentração localizados na Polônia em Belzec, Sobibor e Treblinka.
Uma vez que os campos eram construídos e começavam a operar, a SS e a polícia nazista esvaziavam os guetos e deportavam os moradores restantes.
Belzec funcionou entre março e dezembro de 1942, Sobibor entre maio de 1942 e outubro de 1943 e Treblinka entre julho de 1942 e agosto de 1943.
Outro campo em Majdanek ficou em operação entre o final de 1942 e substituiu Belzec, quando este fechou.
De acordo com o Memorial do Holocausto em Washington, 1,7 milhão de judeus foram mortos na Operação Reinhard, assim denominada em homenagem a Reinhard Heydrich, assassinado em Praga em junho de 1942 por guerrilheiros. A eles se somou um número indeterminado de poloneses, prisioneiros de guerra soviéticos e ciganos.
No final de 1941, quando a “Solução Final” estava bem encaminhada, coube a Himmler e Heydrich coordenarem sua implementação.
Em 29 de novembro de 1941, Heydrich convocou uma reunião de planejamento para “a solução final da questão judaica”, envolvendo os titulares dos principais ministérios e os chefes da SS.
A Conferência de Wansee ocorreu em 20 de janeiro de 1942, no subúrbio de Berlim que deu nome ao evento.
Heydrich disse que o plano inicial de forçar os judeus a deixarem a Europa ou serem deportados para Madagascar foi impossibilitado pela guerra.
Tratou-se, então, de deslocá-los para o leste e, finalmente, para os campos de concentração. Todos os participantes concordaram com o princípio da evacuação sob autoridade exclusiva das SS.
Adolf Eichmann listou a quantidade de judeus que deviam ser deportados da Europa país a país, chegando ao número de 11 milhões de pessoas de países que incluíram a Grã-Bretanha e outros que não estavam sob o poder do Eixo.
Depois da Conferência de Wansee, o processo em escala industrial do extermínio se intensificou.
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