O início do ano marca também o período em que implicam sobre o consumidor uma série de contas e tributos. Isso pode causar um aperto financeiro no primeiro semestre do ano. Entre os principais encargos estão o Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), que podem ser pagos com desconto caso o cidadão tenha a condição de realizar o pagamento em uma cota única.

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No caso dos contribuintes que possuem veículos e ou imóveis registrados no estado de São Paulo, os descontos nos impostos pode chegar a 3% do valor total devido sobre os tributos. Para os moradores da capital paulista, o desconto para o pagamento do IPTU em cota única é de 3%, desde que o pagamento seja realizado até a data de vencimento. Outra vantagem de quitar o imposto à vista é evitar o eventual esquecimento de pagamento de alguma parcela mensal, o que gera acréscimos moratórios.

Nesse caso, o contribuinte deve verificar a data de vencimento do pagamento da primeira parcela ou do pagamento à vista. Segundo a Prefeitura de São Paulo, o IPTU é cobrado em cima do valor venal do imóvel. Em São Paulo, o imposto é de 1% em cima do valor, e estão isentos os imóveis residenciais que valem até R$ 230 mil. Há ainda descontos para certos tipos de imóveis. O imposto pode ser pago à vista com desconto em janeiro, em data estipulada em acordo com o calendário da prefeitura paulistana. Veja aqui o calendário completo.

Já em relação ao IPVA, os contribuintes podem pagar o imposto em cota única no mês de janeiro, com desconto de 3%, pagar integralmente em fevereiro, sem desconto, ou parcelar o tributo em até cinco vezes (nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio), de acordo com o final da placa do veículo.

Os proprietários deverão observar o calendário de vencimento por final de placa do automóvel e, para efetuar o pagamento do tributo, basta o contribuinte utilizar a rede bancária credenciada, com o número do Registro Nacional de Veículo Automotor (Renavam). É possível efetuar o recolhimento pela internet ou débito agendado, nos terminais de autoatendimento ou outros canais oferecidos pela instituição bancária. Também é possível realizar o pagamento em casas lotéricas e com cartão de crédito, nas empresas credenciadas à Secretaria da Fazenda e Planejamento.

O IPVA também pode ser pago em São Paulo via Pix, permitindo o recolhimento por meio de QR code junto a cerca de 800 instituições financeiras. Para utilizar a modalidade, é necessário acessar a página do IPVA no portal da Sefaz-SP, informar os dados do veículo e gerar um QR code, que servirá para o pagamento. O QR code Pix tem validade de 15 minutos, após o qual expira.

Os caminhões têm prazos diferenciados: para o pagamento integral em janeiro é concedido desconto de 3%; para os proprietários que optarem pelo parcelamento em três, quatro ou cinco vezes, sem desconto, os vencimentos são em 20 de março, 20 de maio, 20 de julho, 20 de agosto e 20 de setembro.

Segundo o calendário oficial anunciado pelo Governo do Estado de São Paulo, as primeiras datas de vencimentos, de acordo com a placa do veículo, se iniciam em 11 de janeiro de 2024. Cabe ressaltar que especialistas em planejamento financeiro alertam para a necessidade de se preparar para os pagamentos e contas de início de ano.

Opção por desconto ou parcelamento depende do orçamento

Para o educador financeiro e especialista em investimentos da Martello Educação Financeira Thiago Martello, nem sempre vale a pena pagar os tributos à vista com o desconto oferecido de 3%. Isso porque, segundo ele, investimentos em renda fixa podem render cerca de 12% ao ano, o que tornaria mais viável realizar o pagamento dos impostos de forma parcelada, enquanto o dinheiro total renderia acima do desconto praticado pelos governos estadual e municipal.

“Se pensarmos apenas no desconto, não vale a pena pagar à vista. No entanto, é muito importante esclarecer que essa escolha deve ser feita após uma cautelosa análise do orçamento mensal. Muitas pessoas podem preferir já pagar à vista e tirar esse peso do orçamento dos próximos meses. Porém, em caso de uma emergência à frente, pode ser que essa escolha comprometa os planos futuros”, explica.

Nesses casos de emergência, conta o especialista, é comum que as pessoas recorram ao crédito facilitado, como o cheque especial. E aí a desvantagem financeira se expande além do poder orçamentário do cidadão.

“Ou seja, essa modalidade de pagamento à vista faz sentido para quem se planejou e conseguiu guardar uma grana no decorrer do ano, ou para quem conseguiu guardar fundos, o 13º, o saque aniversário ou a restituição imposto de renda como reserva para pagar os impostos”, acrescenta.