09/06/2024 - 8:00
A Marginal Pinheiros na cidade de São Paulo – uma via expressa de grande circulação de veículos – será, em breve, o caminho da praia. Não se trata de uma nova rota para o litoral, mas o endereço de dois empreendimentos que prometem areia e ondas no meio da metrópole.
O Beyond the Club, em Santo Amaro, e o São Paulo Surf Club, no Brooklin, ambos bairros da Zona Sul da cidade e ao lado da Marginal Pinheiros, têm perfis semelhantes: oferecem piscinas com ondas para a prática de surf, o grande atrativo desses empreendimentos. Mas, como os clubes, também há espaços tradicionais como quadras de tênis, academia, spa, salão de beleza, bar, e outros mais que em linha com o “novo normal”, como salas de reuniões e coworkings.
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O valor para colocar de pé empreendimentos de alto padrão é bilionário. Segundo o Beyond the Club (BTC), o investimento previsto é de R$ 1,1 bilhão. Segundo a empresa, são mais de 70 mil m² de terreno e 100 mil m² de área construída. Já o São Paulo Surf Club (SPSC) não divulga o valor investido.
Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos.
O SPSC tem previsão de ser inaugurado ainda neste ano, segundo Augusto Martins, presidente da JHSF. A empresa atua nos setores de shopping centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia e é responsável pela construção e gestão do São Paulo Surf Club.
Já o BTC vai ser inaugurado em 2025 e é bancado por três empresas: a gestora de investimentos imobiliários KSM Realty, a empresa de varejo e investimento Realty Properties, e a distribuidora de valores e títulos imobiliários BTG Pactual Asset Management, do banco BTG Pactual.
Ser sócio de clube custa a partir de R$ 605 mil
Para comprar uma filiação ao SPSC, uma família precisa desembolsar R$ 900 mil. A compra dá direito à titularidade de sócios ao casal e seus dependentes. Também é possível comprar um título individual, no valor de R$ 605 mil. Além disso, os associados pagam uma anuidade de R$ 25 mil.
No BTC, os títulos são familiares e contemplam o casal, filhos e ascendentes acima de 70 anos, sem limite para o número de agregados. Embora não divulgue o valor cobrado, a empresa diz que mais de um terço dos 3 mil títulos previstos já foram vendidos.
Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos. Os clubes não planejam atividades de day use, por exemplo. Segundo o Beyond the Club, o plano é vender três mil títulos familiares.
Já o São Paulo Surf Club diz que não tem ainda uma quantidade estabelecida. Segundo o presidente da JHSF, a limitação do número de sócios visa oferecer conforto aos associados. “Queremos garantir qualidade para os clientes surfistas, então vamos modular isso de acordo com a frequência e o hábito de uso dos membros, vamos sentir mês a mês”, diz Martins.
Mercado de luxo em São Paulo
A proposta do SP Surf Club já existe no interior do estado, na cidade de Porto Feliz. O Boa Vista Village, também administrado pela JHSF, foi lançado em julho do ano passado e é frequentado pelos moradores da Fazenda Boa Vista, condomínio residencial de luxo no campo.
A expansão do modelo pra São Paulo surgiu da identificação de uma demanda crescente pela prática de surf na capital, segundo Martins. “São Paulo é a cidade que não tem acesso à praia com a maior quantidade de surfistas do mundo, essa é uma particularidade importante. Então o crescimento da prática do surf no segmento de alta renda nos motivou”, conta.
O mercado de luxo e super luxo na capital de São Paulo se mostrou aquecido em 2023. No ramo imobiliário, as vendas cresceram 40% no ano passado frente ao crescimento geral de 12% do setor, segundo um levantamento feito pela consultoria Brain.
Os executivos do BTC dizem que “no plano de crescimento, está a replicação do projeto e do conceito em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Miami, Madri e Dubai”, e o objetivo é criar “uma comunidade ‘Beyond’ em vários países do mundo”.