21/12/2010 - 8:14
A empresa pública chinesa State Grid Corporation of China (SGCC) adquiriu sete empresas de distribuição de energia elétrica brasileiras por um bilhão de dólares, informou nesta terça-feira a Comissão de Supervisão e Administração dos Ativos Estatais da China em um comunicado.
A Grid também obteve uma concessão de 30 anos para a exploração da energia brasileira e outras infraestruturas no sudeste brasileiro.
As autoridades brasileiras podem renovar a licença por outros 20 anos adicionais, segundo os termos do contrato.
A Grid confirmou que a aquisição engloba as filiais brasileiras do consórcio de empresas integrado pelas espanholas Cobra, Elecnor e Isolux.
“O Brasil conta com um ambiente político estável, grande potencial de desenvolvimento e um mercado imenso, com uma demanda elétrica que aumenta rapidamente”, afirma o comunicado.
Está previsto que a aquisição da estatal Grid favoreça o acesso das companhias chinesas a projetos brasileiros e desenvolva a exportação para o próspero mercado sul-americano, segundo a fonte.
A Comissão para a Supervisão e Administração dos Ativos Estatais espera que a aquisição gere mais de 110 milhões de dólares de lucros anuais.
As companhias chinesas se inclinaram por investir na América do Sul ante as poucas barreiras ao investimento, o rápido desenvolvimento econômico da região e a crescente demanda energética.
O Brasil, principal economia da América Latina, deve crescer 7,7% este anos, segundo a Barclays Capital.
Barclays também prognostica para 2010 um crescimento de 10,6% na Argentina, de 5,7% no Chile e de 8,9% no Peru. Porcentagens que contrastam com sua previsão de 2,8% para os Estados Unidos.
Em outubro, o grupo petroleiro espanhol Repsol anunciou a venda de 40% de sua filial brasileira Repsol Brasil ao grupo chinês China Petrochemical Corp. por 7,1 bilhões de dólares.
A Sinopec, líder asiática de refinamento, anunciou este mês a compra do braço argentino da americana Occidental Petroleum Corporation por 2,45 bilhões de dólares.
E há menos de duas semanas a filial internacional da China National Offshore Oil Company e a Bridas Energy Holdings acertaram pagar à BP 7,06 bilhões de dólares por sua participação de 60% na argentina Pan American Energy LLC.
A entrada de capital chinês na América Latina não implica apenas o setor energético; o colosso asiático multiplicou ultimamente seus investimentos na mineração e hidrocarbonetos, assim como em infraestruturas ferroviárias e siderurgia, reforçando e diversificando dessa maneira sua presença.
Entre todos os países, o Brasil é de longe seu principal objetivo.
“Mais de 50% das oportunidades de investimentos chineses na América Latina estão concentradas no Brasil”, declarou em setembro à AFP Gerardo Mato, chefe da divisão latino-americana do banco HSBC, durante o fórum de investimentos China-América Latina celebrado em Pequim.
(Com a Dow Jones Newswires)
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