05/04/2017 - 17:59
A competição por terrenos nas cidades de médio e grande porte está mais acirrada entre as incorporadoras que produzem empreendimentos imobiliários voltados para a consumidores de média e baixa renda enquadrados no Minha Casa Minha Vida (MCMV), onde a comercialização de imóveis conta com subsídios e financiamento com taxas de juros reduzidas. O cenário resulta de maior procura por parte dessas empresas, que têm expandido o lançamento de novos projetos.
O copresidente da MRV Engenharia, Rafael Menin, disse que percebeu um aumento na procura de áreas hoje em comparação com os últimos anos. Apesar disso, o executivo reiterou a meta de ampliar a compra de terrenos, aproveitando que a empresa é geradora de caixa e existe ativos no mercado por um valor considerado atrativo. “Em algumas cidades temos mais competição. Mas ainda há uma janela de oportunidades boa em 2017 e 2018”, avaliou. “Nossa meta até 2018 é sermos um pouco mais agressivos na compra de terrenos. Teremos de oito a nove anos de lançamentos no landbank”, explicou.
O presidente da Tenda, Rodrigo Osmo, concorda que a compra de terrenos está mais competitiva e acrescenta que espera algum impacto sobre a rentabilidade em função do aumento da procura. “Isso deve ter impacto sobre a rentabilidade. A compra deve ser menos benéfica para nós daqui para frente”, disse.
Já o diretor-presidente da Direcional Engenharia, Ricardo Valadares Gontijo, avalia que, embora a concorrência tenha voltado a crescer, há uma negociação mais consciente no mercado, bem diferente da época do boom do mercado imobiliário, quando os preços estavam muito altos, colocando em risco a rentabilidade do empreendimento. “Hoje, a concorrência está mais consciente, pois é um mercado machucado depois do que aconteceu lá trás. Não vemos mais tantas loucuras”, observou. Na sua opinião, ainda é possível realizar compras a preços atrativos. “Ainda há espaço para comprar terrenos em boas condições antes de afetar a rentabilidade”, complementou.