23/09/2002 - 7:00
Quem via o filme Top Gun, na década de 80, onde aspirantes a pilotos da Aeronáutica americana davam vôos rasantes e combatiam os inimigos, sonhava em um dia comandar um daqueles jatos. Pois bem, chegou a hora. Agora é possível comprar uma fantástica aeronave supersônica de combate. A companhia americana Thornton Aircraft está vendendo caças F-5 e T-38. Quanto custa? ?Os preços variam de US$ 2 milhões a US$ 4 milhões?, disse à DINHEIRO o presidente da empresa, Chuck Thornton. Cada um dos aviões da companhia foi usado ou pelas Forças Armadas dos Estados Unidos ou pela Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) e hoje estão no mercado secundário.
O F-5, por exemplo, foi uma máquina muito utilizada nas décadas de 60 a 80 para táticas de defesa aérea e ataque ao solo. Além de fazer dezenas de manobras com extrema facilidade, essa aeronave, que combateu no Vietnã, é muito veloz: atinge 1.734 km/h. Justamente por isso, mais de 20 países, inclusive o Brasil, tiveram esses caças em seus hangares. Até a Otan, na década de 70, escolheu esse modelo para rivalizar com o MIG-21 soviético, do Pacto de Varsóvia, nos áureos tempos da Guerra Fria.
Foi nessa época de tensão entre Estados Unidos e a ex-União Soviética que surgiram os maiores aparatos militares. Entre eles, o T-38 desenvolvido em 1959 e que atinge 1.380 km/h. Esse caça supersônico é usado pela força aérea americana e pela Nasa, a agência espacial dos EUA, na preparação de jovens pilotos para naves mais avançadas. Hoje, um deles desponta na vitrine da Thornton Aircraft. ?Esse avião é para quem é milionário e deseja ter a última palavra em supersônicos?, completa Thornton. Mas para isso, é preciso, além de dinheiro, já saber pilotar um avião comercial de grande porte e fazer um árduo treinamento de mais de mil horas para sair com o seu brinquedinho de luxo. Mais, conseguir um registro de avião experimental (que não pode transportar passageiro) para poder pousar em qualquer um dos grandes aeroportos brasileiros. ?É necessário também adaptá-lo com equipamentos de comunicação?, diz José Damião Bueno, presidente da Associação Brasileira de Aviação Experimental.