04/09/2025 - 12:36
São Paulo, 4 – A safra brasileira de café em 2025 está estimada em 55,20 milhões de sacas de 60 kg beneficiadas, o que corresponde a um aumento de 1,8% em comparação com o resultado de 2024 (54,22 milhões de sacas), mesmo este ano sendo caracterizado por um ciclo de baixa bienalidade. Os dados fazem parte do 3º levantamento da cultura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 4. Na comparação com a pesquisa anterior, de maio (55,7 milhões de sacas), houve queda de 0,9%, ou 500 mil sacas a menos.
Segundo comunicado da Conab, a produção estimada de café em 2025 é influenciada pela recuperação de 3% na produtividade das lavouras na média nacional, saindo de 28,8 sacas por hectare em 2024 para 29,7 sacas por hectare neste ano. “É importante lembrar que em 2024, ano de bienalidade positiva, o desempenho das lavouras foi prejudicado devido às adversidades climáticas registradas em diversas regiões produtoras”, destacou.
Já a área em produção para o atual ciclo está estimada em 1,86 milhão de hectares, redução de 1,2% ao se comparar com 2024, enquanto a área em formação registra um aumento de 11,9%, podendo alcançar395,8 mil hectares. Com isso, a área total destinada à cafeicultura em 2025, considerando as espécies arábica e conilon tanto em produção como em formação, é de 2,25 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior.
A produção do café arábica está estimada em 35,15 milhões de sacas beneficiadas, o que representa uma redução de 11,2% em comparação com a safra anterior (39,60 milhões de sacas). “Essa queda é explicada, principalmente, pelo ciclo de baixa bienalidade associado à redução da área em produção”, disse a Conab.
Minas Gerais, principal Estado produtor de café do país, concentra a maior área com a espécie, totalizando 1,38 milhão de hectares, equivalente a 75,2% da área nacional de arábica. No Estado mineiro, a produção está estimada em 24,7 milhões de sacas, redução de 10,8% em relação ao volume total produzido na safra anterior. Além da bienalidade negativa, o registro de longo período de seca nos meses que antecederam à floração influencia na queda esperada.
No caso do conilon (robusta), a produção está estimada em 20,06 milhões de sacas beneficiadas, acréscimo de 37,2% em relação à safra anterior (14,62 milhões de sacas). “Esse resultado é atribuído à melhor regularidade climática durante as fases críticas das lavouras, que favoreceu parte das floradas, e à boa formação de frutos por rosetas, em especial no Espírito Santo que representa 69% da produção de conilon no País”, observou a Conab. No Estado capixaba, espera-se uma colheita de 13,8 milhões de sacas desta espécie, incremento de 40,3% em relação à safra anterior. Esta alta é justificada pelas boas precipitações verificadas no norte do Estado, que favoreceram as lavouras de conilon.
Outro importante Estado produtor, a Bahia deve registrar uma melhora de 33,5% na produção total do grão (arábica e conilon), estimada em 4,1 milhões de sacas em todo o Estado. O crescimento se deve à entrada de novas lavouras em produção, com alta produtividade e manejo irrigado, sobretudo na região do Atlântico, onde predomina a espécie conilon, e no Cerrado baiano.
Na espécie conilon, que representa 72% da produção de café na Bahia, observa-se o expressivo crescimento de 51,2%, com o volume de produção previsto em 2,95 milhões de sacas. A espécie arábica apresenta crescimento de 2,4%, prevista em 1,1 milhão de sacas. Rondônia também deverá registrar um acréscimo de 10,4% na colheita em comparação à safra passada, com uma produção estimada em 2,3 milhões de sacas em 2025.