04/12/2025 - 12:35
São Paulo, 4 – A produção brasileira de café em 2025 está estimada em 56,54 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 4,3% em comparação com o ano passado (54,22 milhões de sacas). Isso é o que mostra o quarto e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra deste ano, cuja colheita já foi encerrada, divulgado nesta quinta-feira, 4. “Mesmo sendo um ano de bienalidade negativa, este resultado representa o terceiro maior registrado da série histórica da Conab, atrás apenas dos anos de 2020 e 2018, ambos de bienalidade positiva da planta”, informou a estatal em boletim.
Segundo a Conab, o resultado é uma combinação de uma ligeira queda de 1,2% na área em produção, estimada em 1,85 milhão de hectares, com uma melhor produtividade média nacional, projetada em 30,4 sacas por hectare, reflexo do bom desempenho verificado nas lavouras de conilon (robusta).
Com menor influência da bienalidade, a produção de conilon em 2025 atinge 20,77 milhões de sacas, um novo recorde para a espécie ao se analisar a série histórica da Companhia, ultrapassando 2022, quando foram colhidos 18,2 milhões de sacas. Em relação à safra passada (14,62 milhões de sacas), o atual resultado representa um crescimento de 42,1%. A regularidade climática favoreceu o vigor das plantas e resultou em elevada carga produtiva.
No Espírito Santo, maior produtor de conilon do País, a colheita da espécie atinge 14,16 milhões de sacas, crescimento de 43,8% em relação ao ano de 2024 (9,84 milhões de sacas). Na Bahia, é esperado um volume de produção para o conilon de 3,29 milhões de sacas, alta de 68,7% quando comparada com a temporada passada (1,95 milhão de sacas). Em Rondônia, a safra estimada em 2025 é de 2,32 milhões de sacas, aumento de 10,8% em comparação com a safra de 2024 (2,10 milhões de sacas).
Já para o café arábica, houve uma redução na colheita diante de o atual ciclo ser de bienalidade negativa, ano em que a planta não apresenta todo o seu vigor produtivo. Além disso, períodos de escassez hídrica ao longo da safra também reduziram o potencial produtivo das lavouras. Nesse cenário, a área em produção para a espécie registrou uma queda de 1,5%, chegando a 1,49 milhão de hectares, enquanto a produtividade média das lavouras de arábica caiu 8,4% sobre a safra de 2024, chegando a 24,1 sacas por hectare. Com isso, a colheita no atual ciclo é estimada em 35,76 milhões de sacas, diminuição de 9,7% em relação à temporada anterior (39,60 milhões de sacas).
Com a colheita finalizada em setembro, Minas Gerais, maior Estado produtor de café do País, registra uma colheita de 25,17 milhões de sacas de arábica, redução de 9,2% em relação ao volume total produzido na safra anterior (27,71 milhões de sacas), em virtude do ciclo de bienalidade negativa aliado, principalmente, ao longo período de seca nos meses que antecederam a floração.
Em São Paulo, a colheita apresenta redução de 12,9% em relação ao volume produzido em 2024, sendo estimada em 4,74 milhões de sacas ante 5,44 milhões de sacas no ano passado. Essa queda é atribuída aos efeitos biológicos de baixa bienalidade e ao clima adverso, marcado por estiagem e altas temperaturas.
Em contrapartida, na Bahia o arábica apresenta crescimento de 2,5%, atingindo 1,14 milhão de sacas ante 1,12 milhão de sacas em 2024. Destaque para a região do Cerrado, com crescimento de 18,5%.