27/11/2018 - 12:39
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) volta a discutir, nesta semana, a poluição provocada pelas motocicletas e a necessidade de alteração tecnológica desses veículos, com a utilização de catalisadores mais eficientes e de maior durabilidade. A reunião ocorre no âmbito da nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot).
Segundo o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), que representa as organizações não governamentais (ONGs) no Conama, as motos poluem até cinco vezes mais que os automóveis, emitindo especialmente os compostos orgânicos voláteis, que reagem na atmosfera com a insolação e criam o ozônio troposférico. Em concentrações elevadas, o ozônio causa problemas pulmonares, respiratórios e alergias, afetando principalmente as crianças e idosos.
Conforme o Proam, o Brasil possui uma frota de cerca de 26,5 milhões de motos, das quais 5,7 milhões no Estado de SP e 1,2 milhão na cidade. Destas, mais de 200 mil são utilizadas por profissionais de moto-frete.
“Os fabricantes têm sido omissos e utilizam catalisadores baratos, de vida curta. Conseguiram aprovar no Conama em 2011 norma que permitiu a adoção catalisadores para apenas 18 mil km, sem levar a realidade brasileira de rodagem das motos”, afirma o presidente do Proam, Carlos Bocuhy.
Uma moto no Brasil roda 12 mil km por ano em média. Os motoboys rodam de 40 mil a 60 mil km por ano, ou seja, em menos de seis meses os equipamentos de vida curta já deixaram de funcionar.
O ideal, conforme Bocuhy, é que os catalisadores saíssem de fábrica com durabilidade de no mínimo 60 mil km, ou seja, cinco anos para uso normal (12 mil km) e 1,5 ano para moto-frete.