As concessões de crédito consignado CLT para trabalhadores do setor privado encolheram 16,2% em junho na comparação com maio, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira, 28. Ao todo, somaram R$ 2,587 bilhões — ainda em alta de 43,1% frente ao mesmo período de 2024.

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Os números refletem o impulso do novo modelo de consignado privado, o Crédito do Trabalhador, lançado pelo governo no fim de março. O saldo da modalidade cresceu 2,6% em junho, para um total de R$ 46,437 bilhões.

A taxa média de juros do consignado privado aumentou de 55,6% ao ano em maio (dado revisado) para 56,3% em junho. O governo espera que, com o Crédito do Trabalhador, o tomador migre para linhas com taxas mais baixas. O comportamento dos juros no consignado privado, porém, tem registrado alta neste primeiro momento, refletindo a adaptação de instituições financeiras à modalidade e o interesse pelo segmento.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou — com veto a três dispositivos — a conversão em lei do crédito consignado para trabalhadores do setor privado. Os vetos referem-se a trechos que, na prática, obrigavam o consentimento dos tomadores do consignado ao compartilhamento de dados nessas plataformas digitais e com serviços de proteção ao crédito. Segundo o Executivo, o texto pode triplicar o volume de crédito para trabalhadores do setor privado, para um total de R$ 120 bilhões.

Como funciona o consignado CLT

O empréstimo consignado CLT é uma modalidade em que o desconto das parcelas ocorre de forma automática na folha de pagamento do salário. O regulamento estipula um teto de 35% do ordenado para comprometimento com as prestações.

Desde o dia 21 de março, é possível demonstrar interesse em um empréstimo através do CTPS Digital. Os bancos então enviavam propostas, que o solicitante pode aceitar através do próprio aplicativo. A novidade agora é a possibilidade de acesso diretamente através da instituição financeira, com as facilidades que elas oferecem aos seus clientes.

Como garantia do empréstimo em caso de demissão, é possível oferecer até 10% do dinheiro na conta do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) e a totalidade da multa rescisória.

O governo federal estima ainda que a partir de junho estará disponível um serviço de portabilidade para migrar débitos contraídos em outras modalidades para o consignado CLT.