O Argentina Wine Awards (AWA) começou nesta segunda-feira (15) em Mendoza, comemorando a sua 10.ª edição. Nesta década, o concurso se consolidou como um eficiente painel que avalia a qualidade dos vinhos do país do tango. O sucesso desta degustação se deve, principalmente, ao sistema de prova, sempre às cegas, desenvolvido pelas inglesas Jane Hunt MW e Tina Coady, e pela credibilidade da competição, o que permitiu trazer jurados de renome mundial, como a crítica inglesa Jancis Robinson, o editor da revista Decanter Steven Spurrier, e os sommeliers Gérard Basset e Andreas Larsson, entre outros.

O resultado é que os produtores inscrevem os melhores dos seus rótulos para a competição, permitindo traçar um painel bem realista dos vinhos argentinos da atualidade. Neste ano, serão avaliados 673 vinhos, de 133 vinícolas argentinas.
 
Desde a primeira edição, os jurados são divididos em seis grupos, sempre formado por dois degustadores estrangeiros e um argentino, em geral enólogo. O perfil dos estrangeiros inclui sempre profissionais ligados ao mundo do vinho, principalmente jornalistas, enólogos e críticos – eu mesma já tive a oportunidade de participar duas vezes da competição, em 2014, quando o tema foi os jornalistas peso-pesados do mundo do vinho, e em 2015, que reuniu apenas mulheres, com o tema “O empoderamento das mulheres no vinho”.

Cada profissional prova o vinho sozinho e depois discute a amostra com o seu grupo. Nesta conversa técnica e sem saber qual é o vinho em questão, chega-se a uma nota. As únicas informações são a faixa de preço e a variedade. O concurso dura quatro dias, com degustações pela manhã e a tarde. Cada vinho é degustado por dois grupos diferentes. No final, as notas são tabuladas. Aquelas amostras com notas que equivalem a medalhas e aos troféus são degustadas novamente no quarto dia.

O resultado é divulgado na sexta-feira à noite, depois de um seminário no qual os 12 degustadores convidados discutem o espaço do vinho argentino em seus respectivos países. Deve ser uma boa discussão, até porque o tema do concurso neste ano é “AWA 1016: criando o futuro”.
 
Neste ano, o concurso conta com a presença de referências no mundo do vinho, como os enólogos Alberto Antonini, italiano, e Paul Hobbs, norte-americano, além de representantes do Canadá, Chile, China, Estados Unidos, México, Inglaterra e Suécia. Há dois brasileiros no júri: Jorge Lucki, crítico de vinhos do jornal Valor Econômico e Adolar Hermann, sócio da importadora Decanter.