A iniciativa do ex-ministro de Finanças grego Yanis Varoufakis a favor de um “plano B” contra as políticas de austeridade na Europa será apresentada em uma conferência em fevereiro em Madri, que reunirá ONGs e partidos de esquerda, informaram os organizadores nesta sexta-feira.

O fórum, organizado de 19 a 21 de fevereiro por uma plataforma de organizações esquerdistas, acontecerá após o lançamento do movimento DiEM25 (Democracy in Europe Mouvement 2025, Movimento Democracia na Europa 2025), impulsionado por Varoufakis dia 9 no teatro Volksbuhne de Berlim.

“Vamos lançar uma festa, não é um partido político, é uma reunião de pessoas para tentar encontrar uma solução”, explicou o ex-ministro grego à televisão suíça RTS.

Antes, anunciado sua iniciativa na revista italiana l’Espresso, em 23 de dezembro, referindo-se ao lançamento de um movimento pan-europeu, cujo objetivo é “a democratização da Europa”.

Entre os organizadores desse “plano B” em Madri, nas antigas instalações de Matadero, transformadas em centro cultural, figuram partidos com o esquerdista Podemos, o ecologista-comunista Izquierda Unida, o Grupo de la Izquierda Unitaria Europea e a plataforma antiliberal Attac, informou uma porta-voz à AFP.

Essa iniciativa acompanha o lançamento de um manifesto, que já conta com 2.000 assinaturas, motivado pelo “golpe do Estado financeiro executado pela União Europeia (UE) e suas instituições contra o governo grego” durante as difíceis negociações europeias sobre a terceira parcela de um plano de resgate à Grécia em junho.

O documento foi assinado por Varoufakis, pelo cineasta britânico Ken Loach, pela prefeita de Barcelona Ada Colau, pelo intelectual norte-americano Noam Chomsky e pelo belga Eric Toussaint, do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM).

“Este golpe intensificou o debate sobre o poder das instituições da União Europeia, sua incompatibilidade com a democracia e seu papel como garantidor dos direitos básicos exigidos pelos europeus”, afirma o manifesto.

Os assinantes dizem que a sociedade já começou a mobilizar-se a favor de uma “mudança radical” das políticas na UE e que existem políticas alternativas que passam por uma nova tributação, uma economia mais baseada na troca, uma remunicipalização dos serviços públicos e um modelo de produção baseado nas energias renováveis.