O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), recuou 0,2% em outubro, na comparação com setembro, e revelou que as intenções de contratação estão abaixo da média histórica. Para o Natal, a expectativa é de que as contratações tenham queda de 1,7% em relação ao ano passado, com oferta de 72,7 mil vagas temporárias, e que as vendas cresçam 2,3% na mesma comparação.

Em dados divulgados na manhã desta segunda-feira, 29, ainda sem captar o impacto da eleição do deputado Jair Bolsonaro à presidência da República, a CNC mostrou que a economia segue apresentando maior grau de insatisfação (63,6 pontos). Para 68,9% dos entrevistados, a economia está pior que há um ano, visto que, em outubro de 2017, o porcentual de empresários insatisfeitos com o nível geral de atividade alcançava 68,0%.

A lentidão da recuperação econômica e a indefinição do cenário político apontaram um adiamento de investimentos nas empresas, estoques e contratações. O subíndice relativo aos investimentos recuou pelo sexto mês consecutivo (-0,2%), registrando 96,5 pontos. Desde o último mês de maio, esse indicador acumula queda de 3,3%, regredindo ao seu menor nível desde dezembro de 2017 (92,6 pontos).

“Mesmo com a valorização do real nas últimas semanas, ainda há pressões sobre o nível geral de preços, especialmente daqueles monitorados pelo governo. Os reajustes de tarifas criam dificuldades adicionais ao varejo não somente pela elevação dos seus próprios custos operacionais, mas também por impor maiores restrições ao orçamento das famílias na aquisição de outros bens”, avaliou em nota o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes.

A maioria dos entrevistados (64,4%) revelou intenção de contratar funcionários no médio prazo. Esse porcentual se manteve pouco acima do verificado em outubro de 2017 (63,5%), porém abaixo da média dos quatro anos que antecederam a crise do varejo (78,8%). Os demais componentes do índice relativo aos investimentos se mantiveram abaixo dos 100 pontos, revelando avaliações predominantemente negativas quanto às ampliações das lojas e dos estoques.

Do total de entrevistados, 59,2% não pretendem investir na ampliação do capital físico das empresas e o porcentual de empresários que percebem estoques acima do adequado (27,6%) é praticamente o dobro daqueles que pretendem aumentar as encomendas (13,9%).