30/01/2025 - 8:33
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,8 pontos na passagem de dezembro para janeiro, para 89,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador desceu ao menor nível desde dezembro 2023, quando estava em 88,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o Icom caiu 0,2 ponto em janeiro.
“A confiança do comércio inicia 2025 com sinal de alerta. A nova queda do índice, influenciada pelos indicadores sobre o momento presente indica uma piora na percepção dos empresários sobre a demanda”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Conforme Tobler, o indicador de expectativas, apesar da estabilidade no mês, já vinha em queda, sugerindo que o início desse ano tende a ser diferente do observado em 2024, com desaceleração da atividade. “O cenário de incerteza, especialmente associado ao câmbio, juros e política fiscal, limita as expectativas dos varejistas”, completou.
Em janeiro, houve queda da confiança em três dos seis principais segmentos do setor, puxada pela piora da avaliação sobre o momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 5,2 pontos em janeiro, para 90,8 pontos, menor nível desde janeiro de 2024. O Índice de Expectativas (IE-COM) encolheu 0,2 ponto, para 88,3 pontos.
Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o item que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses subiu 1,9 ponto, para 90,3 pontos, terceira alta consecutiva, enquanto as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuíram 2,2 pontos, para 86,7 pontos, patamar mais baixo desde novembro de 2023.
No ISA-COM, o item que avalia o volume de demanda atual teve redução de 4,4 pontos, para 90,6 pontos. As avaliações sobre a situação atual dos negócios caíram 5,9 pontos, para 91,2 pontos, menor patamar desde outubro de 2023.
No mês de janeiro, entre os mais mencionados fatores que estariam limitando a melhoria dos negócios estavam competição no próprio setor e demanda insuficiente.
“Destaca-se que o percentual de empresas que relataram não haver impedimentos cresceu comparado ao último ano. Vem sendo observado um aumento das queixas relacionadas à competição como obstáculo para a melhoria dos negócios, ao passo que aumentaram as queixas relacionadas a outros fatores (especialmente câmbio) com destaque para os segmentos de Veículos, motos e peças e Tecidos e vestuário”, apontou a FGV.
A Sondagem do Comércio de janeiro coletou informações entre os dias 2 e 27 do mês.