Os comerciantes brasileiros ficaram mais otimistas em março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 2,2% em relação a fevereiro, a terceira alta consecutiva, já descontadas as influências sazonais, subindo a 109,2 pontos. Na comparação com março de 2023, porém, o Icec foi 2,7% inferior.

Os resultados da pesquisa reforçam as expectativas favoráveis para os próximos meses, embora ainda dependam de uma melhora das condições de crédito aos consumidores, avaliou a CNC.

Na passagem de fevereiro para março, os três componentes do Icec registraram expansão. A avaliação das condições atuais subiu 4,6%, para 86,8 pontos, com avanços nos itens economia (6,6%), setor (3,8%) e empresa (3,8%).

As expectativas aumentaram 1,6%, para 140,5 pontos, com melhora nos quesitos economia (2,1%), setor (1,7%) e empresa (1,1%). As intenções de investimentos cresceram 0,9%, para 100,3 pontos, com expansão no item contratação de funcionários (3,1%), mas queda nos quesitos empresa (-0,1%) e estoques (-0,9%).

A avaliação dos estoques registrou piora pelo sexto mês consecutivo.

“O porcentual dos comerciantes que possuem um estoque adequado diminuiu pelo segundo mês, atingindo 58,6%, apesar de continuar sendo a maioria”, disse o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, em nota oficial, acrescentando que, ao mesmo tempo, aumentou a proporção de comerciantes com estoques acima do necessário, alcançando 25,2% dos entrevistados, maior nível desde agosto de 2021. “Isso revela menos vendas do que o esperado, com mais produtos parados nos estabelecimentos”, completou.

A confiança do empresário do comércio subiu em março nos três grupos de varejistas pesquisados, com destaque para a alta de 3,4% entre os comerciantes de bens essenciais, que incluem supermercados e farmácias. No grupo de semiduráveis, que engloba vestuário, tecidos e calçados, a confiança cresceu 1,3% em março. No varejo de bens duráveis, o indicador teve um aumento de 1,1%.