A confiança do consumidor caiu 1,1 ponto porcentual em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 89,7 pontos, menor nível desde maio de 2023, quando estava em 89,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 0,9 ponto, quinta retração consecutiva.

+Confiança do consumidor paulista cai 0,9% em janeiro ante dezembro e sobe 1,9% ante janeiro/23

“A confiança dos consumidores mantém tendência de queda, em fevereiro, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador de situação financeira futura das famílias e local. O resultado é disseminado entre as faixas de renda. Apesar da queda gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos permanecem elevados e exercendo fortes limitações na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores”, avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em fevereiro, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,0 ponto, para 78,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE) encolheu 2,3 pontos, para 97,9 pontos.

Entre os componentes de expectativas para os próximos meses, as perspectivas para as finanças familiares futuras deu a maior contribuição para a queda da confiança no mês ao recuar 8,5 pontos, para 93,2 pontos, menor nível desde novembro de 2022. O item que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia caiu 5,4 pontos, para 105,8 pontos. Já o ímpeto de compras de bens de consumo duráveis avançou 7,2 pontos, para 95,0 pontos.

Quanto aos componentes que avaliam o momento atual, o item que mede a satisfação sobre a situação econômica recuou 1,5 ponto, para 89,7 pontos, enquanto a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias cresceu 3,5 pontos, para 67,9 pontos.

A abertura da pesquisa por faixas de renda mostrou piora da confiança nos quatro grupos pesquisados. O índice passou de 83,6 pontos para 80,5 pontos entre as famílias com renda até R$ 2.100, queda de 3,1 pontos, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram redução de 3,3 pontos na confiança, de 90,0 pontos para 86,7 pontos. O indicador encolheu de 93,2 pontos para 92,1 pontos para famílias com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600, recuo de 1,1 ponto, e caiu de 98,3 pontos para 96,8 pontos, recuo de 1,5 ponto, no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.

A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 21 de fevereiro.