26/05/2025 - 8:58
A melhora da confiança do consumidor em maio é decorrente da resiliência da atividade econômica, com emprego ainda forte. O indicador avançou pelo terceiro mês consecutivo, mas recuperou apenas parte das perdas registradas nos três meses anteriores, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) cresceu 1,9 ponto em maio ante abril, o terceiro aumento seguido, para 86,7 pontos, na série com ajuste sazonal. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,1 ponto.
“A terceira alta da confiança do consumidor parece sinalizar uma tendência de gradual recuperação das fortes perdas incorridas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, recuperando menos de 30% das perdas, motivada pela melhora tanto da percepção atual quanto das expectativas para os próximos meses. Em maio, a alta é disseminada entre as faixas de renda e impulsionada, principalmente, pela redução do pessimismo do indicador de situação financeira atual das famílias. Destaca-se o crescimento consecutivo, desde fevereiro, dos indicadores de situação econômica local em ambos os horizontes de tempo”, afirmou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em maio, o Índice de Expectativas (IE) teve alta de 1,0 ponto, para 89,1 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,9 pontos, para 84,0 pontos.
“O quadro desenhado é resultado da resiliência da atividade econômica em 2025, com manutenção de um mercado de trabalho forte e uma inflação que, apesar de incômoda, não se apresenta de forma explosiva. Mesmo com a melhora do mês, o indicador segue refletindo um consumidor pessimista”, completou Gouveia.
Quanto ao momento atual, a percepção sobre as finanças pessoais das famílias cresceu 4,0 pontos, para 74,6 pontos, e a percepção sobre a economia local aumentou 1,8 ponto, para 93,7 pontos.
Entre as expectativas, o item que mede as finanças futuras das famílias subiu 1,6 ponto, para 87,4 pontos. O item que mede as compras previstas de bens duráveis caiu 0,7 ponto, para 77,2 pontos, e o que avalia as perspectivas para a situação futura da economia local teve elevação de 2,1 pontos, para 104,1 pontos.
Houve melhora na confiança em todas as faixas de renda familiar em maio. O índice passou de 75,3 pontos em abril para 76,2 pontos em maio entre as famílias com renda até R$ 2.100, alta de 0,9 ponto, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram elevação de 1,7 ponto na confiança, de 86,5 pontos para 88,2 pontos. O indicador passou de 88,0 pontos para 91,0 pontos entre as famílias com renda entre R$ 4.800,001 e R$ 9.600, alta de 3,0 pontos, e saiu de 88,9 pontos para 91,5 pontos, aumento de 2,6 pontos, no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 2 e 22 de maio.