O comerciante brasileiro ficou menos otimista em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 3,0% em relação a setembro, já descontados os efeitos sazonais, para 112,8 pontos.

Embora permaneça na zona de satisfação (acima de 100 pontos), houve retração de 13,1% no indicador na comparação com outubro de 2022.

De acordo com a CNC, além da desaceleração da atividade econômica, o setor tem sentido a margem de lucro mais apertada e níveis mais elevados de endividamento e inadimplência empresarial, desafiando a gestão de caixa.

Na passagem de setembro para outubro, os três componentes do Icec registraram redução. A avaliação das condições atuais caiu 6,8%, para 88,3 pontos, com quedas nos itens economia (-9,9%), setor (-6,9%) e empresa (-4,5%). As expectativas recuaram 1,6%, para 145,2 pontos, com perdas nos quesitos economia (-2,0%), setor (-1,6%) e empresa (-1,1%). As intenções de investimentos encolheram 1,6%, para 104,8 pontos, com estabilidade no quesito estoques (0,0%), mas quedas nos itens empresa (-1,9%) e na contratação de funcionários (-2,6%).

“Apesar do maior faturamento esperado nas festas de fim de ano, quando comparamos com outubro do ano passado, a desaceleração da atividade econômica e do varejo, com acirramento da gestão financeira das empresas, e um consumidor mais cauteloso contribuem para que o comerciante entre no último trimestre com menos disposição para investir na contratação efetiva de funcionários e na ampliação dos estoques”, justificou a economista Izis Ferreira, responsável pelo indicador da CNC, em nota oficial.

Em relação aos ramos investigados, a confiança de comerciantes de produtos de primeira necessidade teve queda de 3,9% em outubro ante setembro. No ramo de semiduráveis, o recuo na confiança foi de 3,4%, e, no setor de bem duráveis, houve retração de 2,7%.

Na comparação anual, em outubro de 2023 ante outubro de 2022, o grupo de bens duráveis liderou a queda na confiança, com redução de 14,7%, por conta do impacto mais intenso do “crédito caro e seleto”, apontou a CNC.