O Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve queda de 0,8 ponto em dezembro ante novembro, para 90,7 pontos, informou nesta segunda-feira, 2, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É o menor nível para o indicador desde abril de 2022, quando ficou em 89,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador teve queda de 3,6 pontos no mês.

A FGV ressaltou que foi o terceiro mês seguido de queda, embora o ritmo do recuo de dezembro tenha sido mais moderado do que nos meses anteriores. “A percepção sobre situação atual e perspectivas futuras se mantêm em compasso de espera frente as decisões sobre a condução da política econômica do novo governo. Apesar de uma percepção de melhora no setor industrial relacionada a uma ligeira recuperação de demanda e redução de estoques, a piora do setor de serviços foi o responsável por jogar a confiança para baixo em dezembro”, diz a nota divulgada pela FGV.

O ICE reúne os indicadores de confiança produzidos pelas sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção da FGV. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

Assim como os demais indicadores de confiança da FGV, o ICE é formado por dois componentes principais. Apesar da queda agregada, os dois componentes ficaram estáveis, com variação nula, em dezembro. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) se manteve em 95,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) estacionou em 87,9 pontos. “Com o resultado, o ISA-E termina o ano 4,8 pontos abaixo do nível neutro de confiança de 100 pontos, enquanto o IE-E está 12,1 pontos inferior, se mantendo na faixa pessimista do indicador”, diz a nota da FGV.

Os dados agregados de dezembro sinalizam para um espalhamento da incerteza na percepção do empresariado, conforme a FGV. “A confiança das empresas melhora para mais de 50% dos segmentos pesquisados, mas isso não é suficiente para garantir sua sustentação nos próximos meses. O cenário de incerteza contribui para essa paralisação no momento”, diz a nota.

No total, as sondagens de confiança empresarial da FGV investigam 49 segmentos de negócios. Conforme os dados do ICE, o indicador registrou alta em 53% desses segmentos. Assim, a disseminação da alta da confiança foi maior do que a vista em novembro, quando ficou em apenas 16%.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.900 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de dezembro de 2022.