13/05/2021 - 20:30
Centenas de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira em frente à renomada Ópera Metropolitana de Nova York contra o bloqueio imposto a funcionários de palco, parte de uma longa disputa trabalhista envolvendo cortes de salários.
Eletricistas, técnicos, artesãos e outros trabalhadores receberam o apoio de músicos, atores, representantes de sindicatos e políticos locais contra o bloqueio patronal, iniciado em dezembro passado, quando fracassaram as negociações para a renovação de contrato. Eles estão impedidos de trabalhar até que um acordo seja alcançado.
+ EUA entram com reclamação trabalhista contra o México sob novo acordo comercial
A tensão, que dura meses, ameaça a temporada de espetáculos do outono. A casa de ópera, cujos palcos estão fechados desde março de 2020, emprega mais de 3 mil pessoas e é a maior organização de artes cênicas dos Estados Unidos.
A Aliança Internacional de Funcionários de Palcos de Teatro (Iatse) afirma que a casa e seu gerente geral, Peter Gelb, agiram de má fé e exigiram um corte de 30% nos salários, que seguiria em vigor mesmo após a retomada dos espetáculos. A administração da ópera nega que os cortes propostos sejam tão amplos ou duradouros para o funcionário médio, e insistiu em que a redução dos salários é necessária para garantir o futuro da casa.
Os trabalhadores, que operam um dos palcos mais avançados tecnologicamente do mundo, acusam a administração de usar a pandemia como desculpa para a aprovação de um contrato injusto, e de prejudicar os sindicatos ao terceirizar alguns empregos durante o confinamento.
O protesto aconteceu às vésperas da primeira apresentação ao vivo da ópera em 430 dias, com dois espetáculos marcados para domingo. Esta semana, a casa fechou um acordo provisório com o sindicato que representa os coristas e solistas. Já o sindicato de membros da orquestra e bibliotecários aceitou pagamentos temporários, mas ainda negocia contratos de longo prazo.
A Ópera Metropolitana de Nova York informou à AFP um prejuízo de 150 milhões de dólares nos últimos meses, e que enfrenta a pior crise econômica em 137 anos de história, motivo pelo qual deve “reduzir custos para sobreviver”. A casa será reaberta ao público no fim de setembro.