O Congresso dos Estados Unidos aprovou, nesta quinta-feira (28), um projeto de lei que prevê US$ 52 bilhões para reativar a produção de semicondutores no país, e bilhões adicionais para pesquisa e desenvolvimento.

O texto, aprovado no Senado na quarta-feira, obteve 243 votos a favor – entre eles, 24 dos republicanos -, e 187 contra na Câmara de Representantes.

O presidente Joe Biden deve sancionar a lei, uma importante vitória em um momento que se aproximam as eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para novembro.

A lei “reduzirá custos de vida e criará empregos industriais bem remunerados”, ressaltou Biden em comunicado após a votação.

O presidente conversou por telefone, nesta quinta-feira, com seu homólogo chinês, Xi Jinping, que condenou uma lei que, “sob o pretexto de fortalecer a competitividade americana, reduz a cooperação científica e tecnológica” entre os dois países.

A demanda de semicondutores, o coração de todos os produtos eletrônicos modernos, disparou durante a pandemia, o que provocou sua escassez mundial, agravada pelo fechamento das fábricas chinesas devido a novos surtos de coronavírus. A falta de chips atingiu os Estados Unidos, altamente dependente de fabricantes da Ásia.

A escassez desacelerou a produção de veículos no ano passado, o que provocou uma disparada nos preços dos automóveis.

“A pandemia revelou graves vulnerabilidades em nossas cadeias de abastecimento, em particular a nossa dependência de algumas regiões para alguns materiais essenciais”, afirmou a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, em comunicado.

O governo chegou a alertar sobre o risco que a escassez de semicondutores representa para a segurança nacional, já que muitos equipamentos militares exigem esses componentes.

Estima-se que a lei – que pretende também reforçar a segurança da Suprema Corte dos Estados Unidos – totalize um pacote no valor de US$ 280 bilhões.