No agro, há quem enxergue a explosão dos pedidos de recuperação judicial como um sintoma de crise financeira. Os números saltaram: foram 389 solicitações no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 44,6% sobre o mesmo período de 2024, segundo a Serasa Experian. Mas a curva estatística não explica sozinha o movimento.

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A leitura que ganha corpo entre lideranças do setor e parlamentares do agronegócio é que escritórios de advocacia estariam transformando um mecanismo excepcional em atalho de rotina. O risco, se nada mudar, é de que um instituto pensado para salvar empresas em crise acabe sendo usado como escudo tático – com efeitos corrosivos na oferta de crédito.

O incômodo chegou ao Congresso. A Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara chegou a reunir o Banco Central e o Ministério da Agricultura para debater saídas. No horizonte, está a discussão de um projeto de lei que redefina o alcance da recuperação judicial no campo. O recado, por enquanto, é menos punitivo e mais pedagógico.

Leia mais na coluna Guilherme Amado no PlatôBR,