Afinal, de quanto Lula ganhou? Qual foi a diferença de votos? Como foi em cada Estado? Qual o orçamento que terá quando começar a governar? A vitória apertada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição para presidente de 2022 mostrou um país rachado ao meio, com diversas manifestações logo na madrugada desta segunda-feira (31) por parte de apoiadores do atual presidente e candidato derrotado à reeleição, Jair Messias Bolsonaro (PL).

Isso se torna ainda mais representativo quando olhamos os números totais da votação.

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Confira os principais números de uma eleição que se tornou histórica:

1- Percentual de votos

Na contagem final, com 100% das urnas apuradas, Lula superou Bolsonaro com uma diferença de apenas 1,8 ponto percentual, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula – 50,9% x Bolsonaro –  49,1%

2- Diferença de votos

A diferença entre os dois foi de 2,1 milhões de votos. Lula – 60,3 milhões de votos x Bolsonaro – 58,2 milhões de votos

3- Estados e territórios em que cada candidato venceu

Acre – Bolsonaro (70,3%)

Alagoas – Lula (58,6%)

Amapá – Bolsonaro (51,3%)

Amazonas – Lula (51,1%)

Bahia – Lula (72,2%)

Ceará – Lula (69,9%)

Distrito Federal – Bolsonaro (58,8%)

Espírito Santo – Bolsonaro (58%)

Exterior – Lula (51,2%)

Goiás – Bolsonaro (58,7%)

Maranhão – Lula (71,1%)

Mato Grosso – Bolsonaro (65%)

Mato Grosso do Sul – Bolsonaro (59,4%)

Minas Gerais – Lula (50,2%)

Paraná – Bolsonaro (62,4%)

Paraíba – Lula (56,6%)

Pará – Lula (54,7%)

Pernambuco – Lula (66,9%)

Piauí – Lula (76,8%)

Rio de Janeiro – Bolsonaro (56,5%)

Rio Grande do Norte – Lula (65,1%)

Rio Grande do Sul – Bolsonaro (56,3%)

Rondônia – Bolsonaro (70,6%)

Santa Catarina – Bolsonaro (69,2%)

Sergipe – Lula (67,2%)

São Paulo – Bolsonaro (55,2%)

Tocantins – Lula (51,3%)

4 – Votos por região

Apesar da vitória, Lula só venceu em uma das cinco regiões do país: no Nordeste. Mas além de a maior diferença no Nordeste ter contado a seu favor, as votações foram bem próximas em Estados mais divididos, como Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Amazonas, onde os candidatos vencedores não chegaram a 52% dos votos válidos.

Centro-Oeste: 60,2% (Bolsonaro) X 39,7% (Lula)

Nordeste: 69,3% (Lula) x 30,6% (Bolsonaro)

Norte: 51% (Bolsonaro) X 48,9% (Lula)

Sudeste: 54,2% (Bolsonaro) X 45,7% (Lula)

Sul: 61,8% (Bolsonaro) X 38,1% (Lula)

5 – Buraco no orçamento

De acordo com cálculo feito pelo site Poder 360, Lula já entrará no governo com um rombo de R$ 181 bilhões no Orçamento.

O cálculo levou em conta:

– Manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600
– Adicional de R$ 150 para famílias com crianças menores de 6 anos no Auxílio Brasil
– Déficit primário de R$ 64 bilhões previsto pelo Ministério da Economia para 2023

6 – Os números de Minas Gerais, o Estado decisivo

Os números apontam Minas Gerais como um Estado pêndulo, que não tem uma preferência definida e, por isso, acaba sendo decisivo na hora da contagem de votos.

Além de ser o único Estado do Sudeste em que Lula ganhou, Minas também teve os seguintes números:

Lula – 6.190.960 votos (venceu em 564 municípios)

Bolsonaro – 6.141.310 votos (venceu em 289 municípios)

7 – Primeiro fracasso de presidente à reeleição desde a redemocratização do país

Com o fracasso nas urnas, Bolsonaro se tornou o primeiro presidente desde a redemocratização do Brasil (em 1989) a não conseguir ser reeleito após o primeiro mandato.

Isso se não considerarmos o governo de Fernando Collor, já que ele sofreu impeachment em 1992 antes de poder ter a oportunidade de concorrer a outro mandato.

8 – Lula se torna o primeiro ex-presidente a voltar ao cargo no Brasil

Também considerando o período desde a redemocratização, Lula se torna o primeiro ex-presidente a voltar ao cargo após ter governado o país.

Na história do país, o feito foi realizado por Getúlio Vargas, que governou entre 1930 e 1945 e depois voltou ao cargo para governar entre 1951 e 1954. Mas as condições não eram exatamente democráticas.

9 – Diferença de votos é a menor da história

De acordo com os dados finais das urnas, Lula venceu com a menor margem em relação ao opositor desde a redemocratização: 2,2 milhões de votos.

O recorde anterior havia ocorrido no segundo turno de 2014, quando Dilma Rousseff venceu Aécio Neves com uma vantagem de 3,5 milhões de votos.