Desde 1996, os brasileiros estão acostumados a apertar apenas três teclas para escolher prefeitos, governadores e presidentes. A urna eletrônica brasileira, amada por muitos e criticada por tantos outros, permite aos eleitores conhecerem os resultados de suas eleições poucas horas após o pleito. Mas, afinal, que empresa é responsável por esta tecnologia?

Atualmente, é a americana Diebold. Em 1995, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu concorrência para o desenvolvimento do então Coletor Eletrônico de Votos e a companhia brasileira Omnitech se sagrou vencedora. No entanto, três anos mais tarde, iniciou um vasto domínio da também canarinha Procomp que, em 1999, se tornaria a subsidiária brasileira da gigante Diebold, dona de um faturamento global de US$ 2,9 bilhões no ano passado.

A Diebold Brasil venceu as licitações para atualização da urna nos anos de 1998, 2000, 2004, 2006, 2008 e 2010. Em 2009, num contrato para a compra de até 250 mil urnas sem tempo determinado, o TSE se comprometeu a pagar US$ 680 por unidade. Apenas neste negócio, a companhia embolsou US$ 170 milhões. Engana-se, porém, quem acha que a urna é a única fonte de renda da Diebold.

Especialista em produtos para o segmento financeiro, a empresa diz possuir 60% de participação de mercado em autoatendimento bancário, os famosos caixas eletrônicos. A Diebold, com a sua tecnologia, também atua nos segmentos de saúde, varejo, telecomunicações, entre outros.

O voto é secreto mesmo?

Uma das principais críticas que o voto eletrônico sofre no Brasil é quanto a sua segurança. Em agosto último, o TSE admitiu que os mecanismos para evitar sabotagens na urna eletrônica nem sempre podem evitar uma fraude. No entanto, o órgão se defendeu de possíveis erros ao dizer que sempre busca atualizações de sistema. Em 2014, na eleição que promete ser a mais disputada da democracia brasileira após o período militar, é melhor que o TSE assegure que tudo ocorra nos conformes.