Os atletas e modalidades que podem dar medalhas ao Brasil são muitos, mas uma coisa sempre vai ser a mesma quando alguém da delegação brasileira subir ao pódio: a peça de roupa será da marca chinesa Peak. 

Desconhecida pelo grande público, a companhia está presente em muitos esportes e veste inúmeras delegações nos Jogos de Paris. Com contrato com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) desde os Jogos de Londres, em 2012, a companhia fabrica os trajes que os atletas usam no pódio de todas as modalidades. De acordo com o COB, foram mais de 50 mil peças da Peak em estoque para serem distribuídas nos Jogos Olímpicos.

A empresa foi fundada na cidade chinesa de Quanzhou, em 1989. Em 2009 a companhia chegou a ter ações negociadas na bolsa de Hong Kong, mas em 2016 precisou realizar a operação reversa por conta do baixo rendimento das ações. 

Como comprar artigos da marca? 

Apesar da exposição dos artigos da marca, como nas medalhas da ginasta Rebeca Andrade, comprar um agasalho da marca é missão quase impossível.

Mesmo sendo a fornecedora do COB pelo quarto jogos olímpicos consecutivos, a Peak ainda não possui um e-commerce ou loja física no oficial Brasil, nem ao menos perfis em português nas redes sociais.

No site oficial da marca, os uniformes dos atletas brasileiros não aparecem. Já em buscas no Google, as únicas opções de agasalhos que aparecem são em sites de revenda, como Mercado Livre e Enjoei e estão esgotados. A única forma de conseguir um agasalho da delegação brasileira é indo até a Casa Brasil em Paris, único local em que as peças estão sendo vendidas. Os preços variam entre 45 euros (R$ 273) e 120 euros (R$ 720).

Já pelo AliExpress, é possível comprar as T-Shirts do Brasil a partir de R$ 173. 

Estratégia é se tornar conhecida no país

De acordo com informações do Blog Olhar Olímpico, do UOL, o contrato da fornecedora com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vai até o final dos Jogos de Paris. A reportagem tentou contato com a entidade, mas não obteve resposta. 

O professor de Gestão e Marketing Esportivo do curso de Administração da ESPM Marcelo Paganini Toledo explicou que a estratégia da marca, mesmo não vendendo os seus produtos oficialmente no país, é se tornar conhecida. 

“A estratégia é gerar conhecimento antes de entrar oficialmente no Brasil. A marca está exposta em momentos de vitória, como no pódio. O espectador está olhando para aquela marca, querendo saber mais sobre ela”, encerrou.