Quando se fala em delivery de comida, pensamos imediatamente nos apps. Mas a empresa americana GrubMarket fez diferente, desenvolvendo uma plataforma que conecta produtores e clientes, atuando ao longo de toda a cadeia e fazendo a ponte entre os agricultores e distribuidores, restaurantes e até consumidores finais.

Com essa proposta, a startup acabou de captar US$ 125 milhões em uma rodada de série E, de acordo com o AgFunder News. A lista de investidores que participaram do aporte é robusta e inclui fundos administrados pela BlackRock (a maior gestora do planeta, com US$ 9,5 trilhões sob gestão), Liberty Street Funds, Celtic House Asia Partners e vários outros. E agora é avaliada em US$ 1 bilhão, fazendo parte do ainda pequeno grupo de unicórnios do ecossistema agtech.

A pandemia ajudou a acelerar o modelo de negócios do GrubMarket. De acordo com dados divulgados pelo CEO da empresa, Mike Xu, a receita cresceu 300% nos últimos 12 meses, atingindo US$ 1 bilhão anual. A empresa já opera 40 centros de distribuição espalhados por 14 Estados norte-americanos e por uma província canadense. Além da plataforma que conecta produtores e consumidores, oferece ainda serviços que ajudam a mitigar gargalos da cadeia, como softwares de gestão de pessoal, usado em fazendas, e sistemas de prestação de serviços de folha de pagamento.

A startup também tem adotado uma estratégia agressiva de aquisições. Foram mais 21 negócios concluídos, de acordo com o Crunchbase, e a lista é variada. Vai de plataformas de software a fornecedores de frutas, legumes e verduras. O mais recente, concluído no mês passado por um valor não divulgado, foi a compra da Farmigo, que desenvolveu um sistema de e-commerce para pequenos produtores da região de Nova York.

O caso do GrubMarket ilustra o quanto soluções “depois da porteira”, como são chamadas, e especialmente as startups que atuam com delivery, estão atraindo a atenção dos investidores. Afinal, é um parte da cadeia com gargalos facilmente identificáveis. Aqui, no Brasil, também existem empresas que oferecem serviços semelhantes e, da mesma forma, também têm crescido em ritmo acelerado. Afinal, de nada adianta ter muita tecnologia dentro da fazenda se os produtos enfrentam problemas para chegar aos consumidores finais.