Régis e Sylvain são dois primos de Marsalha, França, que  juntaram suas respectivas experiências em finanças e enologia para criar uma marca que supre uma demanda importante do mercado: vinhos despretensiosos, puros e bem feitos, onde o prazer de beber fala mais alto que o prestígio ou as regras de uma apelação específica. Para isso, identificaram viticultores de excelência que trabalham de forma sustentável, dos quais compram uvas para produzir seus vinhos. O sucesso foi tanto que agora já produzem vinhos de diversas regiões da França, sempre com rótulos modernos, frescor e extrema qualidade.

Regis e Sylvain
Régis e Sylvain, primos de Marselha que uniram suas expertises em finanças e enologia para criar vinhos singulares (Crédito:Divulgação)

A dupla esteve no Brasil pela primeira vez recentemente para apresentar parte de seu portfólio, importado pela Cellar Vinhos, empresa que foi adquirida por um grupo de investidores e hoje é comandada por Rodrigo Malizia, também egresso do mercado financeiro. Um dos encontros de Régis & Sylvain com jornalistas que cobrem o mundo do vinho teve como cenário o restaurante japonês Koon. A escolha do local, feita pela sommelière Jessica Marinzeck (ex-Evino e Angeloni), não poderia ter sido melhor. Entre os rótulos assinados por Régis & Sylvain está o branco L’Huitre Muscadet Sèvre et Maine Sur-Lie 2021 (R$ 265), criado para harmonizar com ostras, vieiras e frutos do mar em geral. De excelente frescor e acidez, é untuoso no palato – e nada enjoativo como são muitos brancos.

Rodrigo Malizia, CEO da Cellar
Rodrigo Malizia, CEO da Cellar

Mas o rótulo da dupla que primeiro chamou a atenção de Rodrigo Malizia quando o conheceu, na França, foi o que traz uma cabeça de peixe estampada. “Esse vinho me surpreendeu a ponto de eu querer conhecer os produtores e me tornar seu importador para o Brasil”, afirmou Malizia. O vinho em questão se chama La Rascasse (cuja tradução pode ser algo como “pequeno peixe comestível de cabeça grande”) e é produzido no Vale do Loire com 100% de uva Sauvignon Blanc. Salino, vibrante e mineral, custa R$ 275 e escolta perfeitamente tanto peixe, inclusive cru, quanto ouriço do mar e saladas.

Para fechar a seleção de rótulos que combinam bem com petiscos típicos do verão, o tinto Cru Morgon 2020 (R$ 295), feito com a uva Gamay na região central de Beaujolais é indicado para acompanhar presunto cru. Assim como os demais, usa apenas uvas de vinhedos sustentáveis. A fermentação carbônica em tanque de concreto com 15 dias de maceração preserva o frescor sem abrir mão da estrutura. O envelhecimento por 6 meses ocorre em um grande barril de carvalho  velho. Pode ser bebido levemente resfriado, mas seus aromas se abrem conforme a taça ganha temperatura.

Todos os produtos indicados nesta coluna se dedicam ao consumo de pessoas com mais de 18 anos.