O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados fez, na tarde desta  quarta-feira, 16, o sorteio dos membros aptos a relatar o processo por  quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). A  representação do PSD pode ter como relatores Nelson Marchezan Júnior  (PSDB-RS), Erivelton Santana (PSC-BA) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Caberá  ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), escolher um  dos três para proferir parecer prévio pela admissibilidade ou inépcia da  ação.

Na sessão plenária do dia 28 de outubro, o deputado  João Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido,  acusando-o de roubar dinheiro público. “Os deputados carregam, pelo  próprio cargo, uma responsabilidade institucional que não pode ser  pormenorizada e denegrida de forma generalizada. É preciso agora provar  quem são os ladrões apontados pelo deputado”, diz Guilherme Campos,  presidente do PSD, na representação.

Rodrigues e Wyllys  trocaram acusações no plenário após o deputado do PSD subir na tribuna  para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento. “A sua vida  pregressa eu não conheço. A sua experiência política eu sei. Tenho sete  mandatos, fui três vezes prefeito. E tive a honra de ser o segundo  deputado mais votado na história de Santa Catarina. Posso até ser  criticado, mas vindo do senhor é elogio. Um parlamentar que defende  perdão para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo,  mesmo sem autorização dos pais. Isso não é deputado, é a escória deste  País, mas ocupa lugar como deputado”, disse Rodrigues.

Na  sequência da discussão, Wyllys lembrou que o parlamentar do PSD foi  flagrado assistindo a um filme pornográfico no plenário. “Homens  decentes não assistem a vídeo pornô em plena sessão plenária. Homens  decentes não são condenados por improbidade administrativa por roubar  dinheiro público, como o deputado foi. Portanto, quem não tem moral para  representar o povo brasileiro é ladrão. Eu vou dizer uma coisa:  qualquer programa de televisão é mais decente do quem rouba dinheiro do  povo na sua administração pública. Qualquer programa de televisão é mais  decente que deputado em vez de honrar o voto e o dinheiro público fica  usando a sessão plenária para assistir filme pornô”, disse Wyllys, para  emendar: “Resta saber se seu vídeo pornô era hétero ou homossexual”.