14/09/2019 - 20:12
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já investigava, desde novembro de 2018, irregularidades no processo de revalidação, monitoria e abertura de vagas da Universidade Brasil, alvo da Polícia Federal por fraudes no ingresso de alunos no curso de Medicina, na obtenção de financiamento e de bolsas, além do exame de revalidação de diplomas (Revalida).
As informações foram divulgadas pela assessoria de comunicação do Cremesp. A instituição reguladora tem cinco sindicâncias em curso, originadas a partir de denúncias recebidas pelo órgão, e compartilhou suas informações sigilosamente com a Polícia Federal e a Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo.
Além de Fernandópolis, outras unidades da rede de ensino, em oito municípios paulistas, foram alvo de averiguação do Cremesp. A conselheira Flávia Casseb, responsável pela Delegacia Regional do Cremesp de São José do Rio Preto e região, disse que “o suposto esquema extrapolou os limites de Fernandópolis, de São Paulo e chegou a outros Estados do País”.
Além disso, o Cremesp decidiu abrir sindicância para investigar a possível participação de 25 médicos do Estado no suposto esquema de fraudes da Universidade Brasil.
“Não significa que esses profissionais, necessariamente, estejam envolvidos com algum ato ilícito. Mas é importante sabermos de que forma esses profissionais prestavam serviços nas unidades ligadas à Universidade Brasil e como funcionava a preceptoria ofertada aos alunos de Medicina”, disse Flávia Casseb.
A Universidade Brasil foi alvo da Operação Vagatomia, deflagrada pela Polícia Federal no dia 3 de setembro, para apurar fraudes no ingresso de alunos no curso de Medicina da instituição, na obtenção do Financiamento Estudantil do Governo Federal (Fies) e de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e na venda irregular de vagas de transferência para os cursos de complementação do exame Revalida.