Cerca de um terço da população (30-36%) sofre de insônia crônica. Os efeitos da insônia e sono de curta duração têm sido amplamente estudados na última década. Tem sido demonstrado um compromisso do sistema imunitário, assim como um aumento do risco de excesso de peso, obesidade, diabetes mellitus, demência de Alzheimer, doença coronária, hipertensão e até da mortalidade.

No caso da insônia , verifica-se durante o dia uma maior variabilidade da tensão arterial (TA) e frequência cardíaca e, durante a noite, um aumento da TA sistólica noturna e ausência do declínio noturno normal da TA. Existe um aumento de 21% do risco de HTA nas pessoas com sono de curta duração e este aumento do risco surge até com privações ligeiras de sono, tal como dormir menos de 7h por noite.

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Tanto os doentes com queixas de insônia, como os que referem sono de curta duração, apresentam um aumento do risco de eventos cardiovasculares não fatais e fatais, mas os que apresentam insônia associada a uma duração de sono inferior a 6h são os que apresentam maior risco.

A insônia tem sido também associada a um aumento do risco de doença coronária, incluído o enfarte agudo do miocárdio, bem como do risco de mortalidade cardiovascular, mesmo após ajuste de outros fatores de risco cardiovasculares. Curiosamente, os doentes com insônia inicial (demorar mais de 30 minutos para adormecer) e queixas de sono não reparador foram os que apresentaram maior risco de mortalidade cardiovascular. A insônia inicial (início da noite), terminal (acordar mais cedo sem conseguir voltar a adormecer) e sono não reparador foram associados a um maior risco de enfarte agudo do miocárdio. As mulheres apresentam um risco relativo ligeiramente superior aos homens assim como os doentes com insônia inicial.