01/09/2025 - 6:00
O volume de empréstimos na modalidade ‘Crédito do Trabalhador‘ ou ‘Consignado CLT‘ cresceu 6,9% em julho, atingindo um total de R$ 49,673 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nessa semana.
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O programa completou cinco meses na quinta-feira passada, totalizando R$ 30,2 bilhões em empréstimos a mais de 4,2 milhões de trabalhadores. As taxas de juros média foi 3,59% ao mês e o valor médio contratado é de R$ 7.179,18.
De acordo com o balanço, apresentado pelo Ministério do Trabalho em Emprego (MTE), cerca de 60% dos empréstimos da modalidade estão concentrados em trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos. No modelo antigo de crédito consignado por convênio, porém, 65% dos beneficiários tinham renda superior a oito salários mínimos.
Nesta semana, foi aberta a possibilidade de fazer a portabilidade de empréstimos, ou seja, fazer o refinanciamento e a migração de contratos que já foram contratados dentro da plataforma do Crédito do Trabalhador.
Contudo, por enquanto, a operação deve ser feita diretamente nos bancos. Assim, possível trocar contrato para outro banco que ofereça juros mais baixos do que os do contrato original.
A portabilidade dentro da plataforma da Carteira de Trabalho Digital deve começar em outubro, segundo o Ministério do Trabalho em Emprego (MTE).
Como pedir a portabilidade
- Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT;
- Pedir a portabilidade nos canais digitais da instituição (site ou aplicativo);
- A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da nova linha.
O que avaliar ao pedir a portabilidade de um consignado
A pedido de IstoÉ Dinheiro, Jorge Kotz, CEO do Grupo X, focado em educação empresarial, apontou os cuidados e avaliações que o trabalhador deve ter quando for realizar um pedido de portabilidade de empréstimo. Veja:
1. identificar exatamente sua dívida atual, montar um quadro completo, com saldo devedor atualizado, taxa de juros nominal e efetiva, Custo Efetivo Total (CET), prazo total e remanescente, valor da prestação atual, sistema de amortização e data de vencimento final, todos esses dados são garantidos por lei, e o banco atual tem obrigação de fornecê-los rapidamente;
2. simular com calma as propostas de outros bancos ou instituições financeiras. Comparar a taxa de juros é essencial, mas fundamental mesmo é comparar o CET, verificar se há custos extras como abertura de conta, ou outras taxas auxiliares; na portabilidade em si não pode haver tarifa, mas custos acessórios podem existir;
3. avaliar qual vai ser o impacto no orçamento imediato. Se as parcelas cabem no seu orçamento hoje, ótimo. Mas vale calcular o total que vai pagar até o fim, prazos mais longos podem reduzir a prestação, mas aumentar o montante total dos juros pagos.
4. observar reputação e atendimento da instituição de destino, taxas menores não valem se o suporte for ruim; consulte reclamações, canais de atendimento, rapidez, transparência
Outras dicas:
5. a portabilidade leva cerca de 7 a 10 dias úteis, mas isso pode variar; ideal acompanhar de perto para garantir que tudo ocorre conforme combinado;
6. entender seus direitos e garantias, a antiga instituição não pode negar a portabilidade, e tem prazos para responder ou fazer contraproposta; se nada fizer, troca de banco acontece automaticamente;
7. refletir sobre o propósito financeiro, o equilíbrio das contas. Se a nova condição traz economia real, alívio mensal, segurança em pagar as parcelas, isso contribui com seu planejamento financeiro. Se fizer a troca de contrato apenas por prazos e não traz leveza, talvez valha repensar
No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível).
- O profissional terá que autorizar o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
- além de funcionários de empresas privadas, também poderão solicitar o novo consignado empregados domésticos, trabalhadores rurais, e funcionários de MEIs (microempreendedor individual).
- O trabalhador receberá ofertas em até 24h para analisar a melhor opção e fazer a contratação no canal do banco.
- O trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo no FGTS e 100% da multa rescisória em caso de demissão.
- O desconto das parcelas será na folha de salários, mensalmente pelo eSocial. Após a contratação, o trabalhador acompanha mês a mês as atualizações do pagamento das parcelas.
- O trabalhador escolhe a melhor proposta, com juros menores;
- Até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.
- No caso de demissão, o desconto será aplicado sobre as verbas rescisórias, observado o limite legal.