09/06/2014 - 16:24
Em 1986, a Nintendo criou um dos produtos que foi base para o crescimento da companhia: o Game Boy. O cosole portátil foi a casa de grandes títulos e berço de franquias que frutificaram uma série de títulos – a até um famoso desenho animado, caso do Pokémon que teve seu primeiro game no Game Boy. Ele foi o primeiro produto da linha de portáteis da Nintendo, área onde a japonesa é especialista. Além do Game Boy, ela teve sucesso com o Game Boy Color, com o Nintendo DS e até com o portátil em terceira dimensão 3DS. Eles garantiram com que a Nintendo fosse líder em quantidade de consoles vendidos até 2012, pois compensavam o fraco desempenho do console de mesa Wii. Mas a realidade mudou em 2013. A Sony foi a empresa que mais vendeu no ano, deixando a Nintendo para trás.
A segunda posição da Nintendo é um sinal de seu frágil momento, mas também da queda de popularidade dos portáteis. Em 2014, eles devem ser os únicos a encolherem no aquecido mercado de games, que deve faturar US$ 101 bilhões em 2014, um crescimento de 9%, segundo dados do Gartner. Os portáteis irão cair de US$ 18 bilhões faturados em 2013 para US$ 15 bilhões em 2014. Já os consoles de mesa vão passar de US$ 44 bilhões para US$ 49 bilhões e os jogos de PC de US$ 17 bilhões para US$ 20 bilhões.
As máquinas portáteis especializadas em jogos sofrem com o avanço dos dispositivos móveis como tablets e smartphones que, com maior capacidade de processamento, estão suportando jogos tão bons quanto os presentes nos portáteis, por um preço menor. Ainda segundo o Gartner, o mercado de games móveis deve passar dos US$ 13 bilhões em 2013 para US$ 17 bilhões neste ano.
O avanço dos jogos móveis criou gigantes da indústria. Neste ano, a King, desenvolvedora do sucesso Candy Crush, deve fazer seu IPO e a Supercell, de Clash of Clans, teve seu faturamento perto da casa do bilhão no ano de 2013. Enquanto isto, a Nintendo teve um ano fiscal de prejuízos e afirmou que não deve ter um período aquecido em 2014.
O futuro não promissor dos games portáteis é um dos motivos porque a Microsoft não tem interesse em entrar na área. A empresa é a única entre as gigantes que não conta com uma versão portátil para seu console de mesa. A Sony apresenta o PS Vita, que vendeu 4 milhões de unidades no ano de 2013, um número considerado “horrível” por analistas.
Mudanças
Para fazer com que os consoles portáteis sejam mais atrativos, as empresas estão incluindo características dos tablets e celulares. Hoje, eles podem acessar redes sociais e contam até com aplicativos de mensagens.
Além disso, os portáteis começaram a ser tratados como uma extensão da experiência do console de mesa. Na Sony, ao comprar um título para o Playstation, você “ganha” a versão do game para PS Vita. Em alguns títulos, é possível alternar entre consoles.
Segundo o Gartner, contudo, os movimentos não estão sendo suficientes. A queda deste ano deverá ser seguida por uma nova em 2015, quando o mercado de portáteis movimentará US$ 12 bilhões, US$ 10 bilhões a menos que o de games móveis no mesmo ano.