A Conspiração Filmes, orgulhosamente, apresenta: Warner Bros, sua nova parceira no mercado brasileiro. Ao atrair uma das mais poderosas produtoras e distribuidoras do mundo, a empresa carioca, que já tinha o Oscar de mais badalada do País, ganha fôlego financeiro para investir no resistente cinema nacional. O negócio envolverá R$ 9 milhões, destinados à produção e ao plano de marketing de um pacote de quatro títulos. Os eleitos são Bufo e Spallanzani, O Homem do Ano, Redentor e Casseta e Planeta – O Filme. ?Esse acordo sinaliza o fortalecimento não só nosso, mas da indústria em todo o País?, afirma Leonardo Monteiro de Barros, diretor e sócio da Conspiração Entretenimento, um dos filhotes da Conspiração Filmes. Com o acordo e a bênção de Hollywood em cartaz, a produtora se prepara para recorrer à Lei do Audiovisual com o objetivo de captar no mercado financeiro outros R$ 5,8 milhões, necessários para viabilizar as produções. Além da grife da Warner Bros avalizar os quatro projetos nacionais, a Conspiração terá a vantagem, com a parceria, de reduzir os custos dos filmes. Segundo Barros, será possível cortar entre 10% e 15% dos gastos.

É na associação do talento nacional com o capital estrangeiro que a companhia acredita estar encontrando um modelo certo para o cinema recuperar o terreno perdido. Já vai longe o tempo em que cineastas brasileiros assinavam até 35% dos filmes apresentados no mercado local. Isso aconteceu nas décadas de 70 e 80, quando se produzia por aqui uma média de 80 filmes por ano. Na década de 90, a fatia caiu sensivelmente, ficando em medíocres 3%. Hoje, a média é de 9%. ?O ideal é termos 20%, como na Alemanha e na Espanha?, frisa Barros.

A experiência da Conspiração com empresas americanas do cinema teve início neste ano com a parceria formalizada com a Columbia Pictures, responsável pela distribuição do filme Eu, Tu, Eles. E foi um belo começo. Já rendeu uma bilheteria de quase R$ 7 milhões e a indicação como representante brasileiro na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. A escolha dos finalistas acontece em 13 de fevereiro de 2001 e estar incluído na lista pode alavancar ainda mais os ganhos com a fita. ?Se isso acontecer, nossos ganhos vão explodir e vamos conquistar o mundo?, afirma Eliana Soares, diretora financeira da Conspiração Entretenimento.

A empresa do Rio, criada há dez anos, terá outros bons motivos para comemorações até o final do ano. Afinal, embora o braço de entretenimento, criado em 1997 para produzir filmes de ficção, documentários e especiais para tevê, ainda seja deficitário, o lucro virá em 2000. Neste ano, a intrépida trupe da Conspiração Filmes também lançou-se em novas áreas, como a de desenvolvimento de efeitos especiais digitais. Para isso montou uma nova empresa, a Creature. A última criação da companhia, a Conspira.com, que desenvolve sites e conteúdos para a Internet, teve uma estréia digna de estrela. A empresa se uniu à Xuxa Produções para abrir a E-Xuxa, responsável pelo desenvolvimento do Portal X. Foram investidos R$ 5 milhões no site e o retorno já se mostra brilhante. A empresa conquistou contrato com o Globo.com para hospedar a página da apresentadora por dois anos e abriga uma área de comércio eletrônico que deverá vender, nos próximos meses, cerca de 200 produtos licenciados. Com tanta movimentação na companhia carioca, os 19 sócios ? entre eles Lula Buarque, Toni Vanzolini e Luiz Noronha, além de Barros ? já embalam sonhos mais grandiosos. ?Em cerca de cinco anos, a Bolsa de Valores estará negociando ações da Conspiração?, antecipa Barros.