Rio, 25 – A consultoria Clean Energy Latin America (Cela) mapeou 111 empreendimentos de hidrogênio verde em curso no Brasil, com um total de investimentos anunciados da ordem de R$ 454 bilhões. De acordo com o Mapa das Iniciativas de Hidrogênio Verde, lançado este mês, os projetos estão espalhados por 15 Estados e vão demandar 90 gigawatts (GW) de energia limpa para produzir o combustível e seus derivados, como a amônia verde, o metanol verde e o aço verde.

O mapeamento dos projetos de hidrogênio verde integra o plano estratégico da Cela de apoiar empresas, investidores, governos e instituições que atuam no setor energético brasileiro. “A proposta é oferecer uma ferramenta estratégica essencial para orientar a tomada de decisão no ambiente de negócios brasileiro. A transição energética está em curso no País e o hidrogênio verde pode ter um papel central nesse processo”, disse em nota a presidente da consultoria, Camila Ramos.

De acordo com estudos da Cela, a produção de amônia verde no Brasil, feita a partir do hidrogênio com fontes renováveis, possui um alto grau de competitividade em relação aos combustíveis fósseis no território nacional.

Tida como essencial para descarbonização da produção agrícola e demais atividades econômicas no País, incluindo avanço na segurança alimentar, a amônia verde tem custo de produção local, segundo o Índice LCOA Brasil da Cela (Custo Nivelado da Amônia Verde), entre US$ 539 e US$ 1.103 por tonelada (US$/ton), enquanto a produção de amônia a partir do chamado hidrogênio cinza, feito a partir de combustíveis fósseis, o valor fica entre US$ 361 e US$ 1.300 a tonelada.

Segundo a consultoria, no caso do hidrogênio verde, é possível produzir o combustível no Brasil com custo nivelado entre US$ 2,83 por quilo e US$ 6,16/kg nos dias de hoje, em algumas localidades estratégicas.