25/01/2021 - 10:00
A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou estável em 5,2% em janeiro, resultado igual ao obtido em dezembro de 2020, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em relação a dezembro de 2019, houve elevação de 0,2 ponto porcentual.
“Apesar da expectativa mediana de inflação dos consumidores para os próximos doze meses ter se mantido estável em janeiro, ela carrega o viés de alta dos últimos meses com projeções acima da meta de inflação estabelecida pela autoridade monetária para 2021 (3,75%)”, diz a nota divulgada há pouco pela FGV.
Segundo a entidade, a inflação de alimentos e o encarecimento da conta de luz, por causa do sistema de bandeiras – que cobra uma taxa adicional na tarifa, por conta do acionamento de usinas térmicas, mais caras – explicam essa percepção.
“Os consumidores sentiram a aceleração dos preços de alimentos e bebidas e a mudança da bandeira tarifária nos últimos meses, ainda que o cenário fosse de fraca atividade econômica. Isso faz com que projetem uma manutenção desse cenário para 2021”, continua a nota da FGV.
Na distribuição por faixas de inflação, 39,7% dos consumidores projetam inflação acima do limite superior da meta perseguida pelo Banco Central (BC) para 2021 (que é de 5,25%, considerando a margem de 1,5 ponto a partir da meta de 3,75%). É a maior parcela dos últimos seis meses, segundo a FGV. Por sua vez, 14,2% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação para 2021. Segundo a FGV, é a menor parcela nos últimos seis meses.
Pela ótica da faixa de renda dos consumidores, as expectativas para a inflação nos próximos 12 meses desaceleraram ligeiramente entre os entrevistados de menor poder aquisitivo. Por outro lado, as expectativas ganharam um pouco mais de força para as famílias com maior poder aquisitivo. Entre os consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil, a expectativa de inflação caiu 0,2 ponto, para 5,7%. Entre as famílias com renda acima de R$ 9,6 mil, houve aumento de 0,3 ponto nas expectativas, para 4,8%, maior valor desde novembro de 2018 (5,0%).
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.