08/06/2021 - 10:36
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais caiu 5,4% em abril ante março, informou nesta terça-feira o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador mede a demanda interna por bens industriais, calculada conforme a soma da produção industrial interna não exportada com as importações.
Na passagem de março para abril, a produção interna destinada ao mercado nacional recuou 2%, enquanto a importação de bens industriais apresentou queda de 10,6%, após registrar alta de 10% no mês anterior.
Na comparação com abril de 2020, pior momento da crise causada pela covid-19, o indicador saltou 28,9%. O trimestre móvel encerrado em abril apresentou alta de 15,6% em relação ao mesmo período de 2020.
No acumulado em 12 meses até abril, Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais teve variação nula, enquanto a produção industrial registra alta de 1,1%, conforme a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Ipea, o “fraco resultado” na passagem de março para abril foi “disseminado”. Todos os segmentos tiveram queda, “com exceção de bens de consumo duráveis, que registrou alta de 6%”, diz a nota divulgada pelo Ipea. O pior desempenho ficou com os bens de capital, com tombo de 33,5% em abril ante março.
“Este resultado se explica pela alta base de comparação no período anterior, que foi inflado pela importação de plataformas de petróleo associadas ao regime aduaneiro Repetro”, diz a nota do Ipea.
Na comparação com abril de 2020, todos os setores registraram alta, com destaque para bens de consumo duráveis, com salto de 175,3%.
No desagregado por classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação caiu 5,6% sobre março. A indústria extrativa mineral, por sua vez, apresentou crescimento de 7,1%, “compensando a queda de 6,4% no período anterior”, segundo o Ipea.
No geral, oito dos 22 segmentos observados pelo indicador do Ipea avançaram. O destaque ficou com a atividade de veículos e alimentos, com altas de 3% e 2,8%, respectivamente.
Na comparação interanual, 21 segmentos registraram crescimento, com destaque para veículos e outros equipamentos de transporte que, “muito afetados pela pandemia em abril de 2020”, saltaram 742,4% e 170%, respectivamente. Em relação ao acumulado em doze meses, 14 segmentos registraram variação positiva, entre eles o grupo de outros equipamentos de transporte, com alta de 23,4%.