O consumo de laminados na América Latina foi de 29,605 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a maio deste ano, o que representa um volume 1,1% maior ante o mesmo período de 2022. Os dados são da Associação Latino-americana do Aço (Alacero). A entidade vê sinais de permanência da demanda por aço em patamares baixos e prevê uma redução de estoques e de produção por parte das siderúrgicas locais.

Já no mês de maio, o consumo de laminados foi de 6,194 milhões de toneladas, valor 3,2% superior na comparação anual e 4,8% maior ante abril, que registrou 5,9 milhões de toneladas.

O alto volume de importações permanece sendo uma preocupação do setor na América Latina, que permanece verificando uma grande participação de aço produzido na China entrando na região.

Em maio, as importações de laminados totalizaram 2,355 milhões de toneladas, um avanço de 12% ante o mesmo mês do ano anterior e 5,2% superior na comparação com abril. Já a soma no acumulado até maio foi de 10 milhões de toneladas, valor 0,3% menor ante o mesmo intervalo de 2022.

Questionado sobre a possibilidade de redução da produção de aço na China por conta de preocupações com a emissão de poluentes, o diretor executivo da Alacero, Alejandro Wagner, demonstrou ceticismo no curto prazo, mas avaliou o movimento como possível no longo prazo.

“Escutamos muitas declarações de que poderia ocorrer uma redução de produção na China pela rota de alto-forno, mas para quando seria? O que estamos verificando no curto prazo é um consumo chinês de aço mais fraco, e a produção não cai tão rápido quanto o consumo necessariamente, por isso eles tendem a exportar a preços mais baixos”, afirmou Wagner.

As exportações de aço no acumulado de maio somaram 596,4 mil toneladas, valor 37,1% menor ante um ano e 9,5% inferior na comparação com abril. No acumulado dos cinco primeiros meses, as vendas externas recuaram 26,2%, para 3,529 milhões de toneladas.

Setores

A Alacero avalia alguns sinais “modestos” de melhora em alguns mercados consumidores de aço na América Latina. A entidade registrou em maio um avanço geral em todos os setores compradores da commodity na comparação com abril deste ano.

Na construção civil, houve crescimento geral de 2,2% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A alta foi impulsionada por avanços no México e Colômbia, que cresceram 9,2% e 2,1% respectivamente no mesmo intervalo de comparação. Peru (-11%), Chile (-8,5%), Argentina (-2,9%) e Brasil (-2,5%), por sua vez, registraram queda.

No mercado automotivo a produção geral aumentou 3,7% em junho ante um ano. A liderança do crescimento no setor veio do México (+16%), mas o Brasil impulsionou a queda (-7,1%) no mesmo intervalo de comparação.

Em maio, a produção industrial na América Latina apresentou leve melhora, mas permanece em um contexto de estagnação desde setembro de 2022. A atividade manufatureira cresceu 1% no quinto mês do ano na comparação com o mesmo período de 2022. A produção de maquinário, por sua vez, permaneceu no vermelho, embora tenha reduzido o ritmo de queda anual em 0,3% no mesmo intervalo de tempo.

Produção

A produção de laminados em junho somou 4,568 milhões de toneladas, valor 14,8% inferior ao mesmo mês de 2022, porém maior em 7,4% ante maio. No acumulado dos seis primeiros meses, houve recuo de 8,9% ante o mesmo período do ano anterior, para 28,867 milhões de toneladas. Se considerado o segundo trimestre, o total foi de 14,4 milhões de toneladas,10,4% abaixo na relação de abril e junho de 2022.

Já a produção de aço bruto em junho registrou queda de 14,8% ante um ano, para 4,5 milhões de toneladas, por outro lado, o valor representa um avanço de 7,4% na comparação com maio.

No primeiro semestre foram produzidos 28,9 milhões de toneladas de aço na América Latina, menos 8,9% na comparação com o mesmo período de 2022. Já no segundo trimestre, a Alacero contabilizou 14,4 milhões de toneladas fabricadas, valor 10,4% inferior ao do mesmo trimestre de 2022.