01/03/2025 - 17:35
O consumo de energia elétrica no País alcançou em janeiro 47.143 gigawatts-hora (GWh), alta de 0,6% em relação a janeiro de 2024, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Dentre as classes de consumo, o destaque foi a indústria, que apresentou um aumento de 3% em janeiro de 2025, alcançando 15.985 GWh, no maior volume para o mês de janeiro de toda a série histórica.
Dentre os dez setores industriais mais eletrointensivos, oito registraram crescimento do consumo. O automotivo liderou o ranking, com alta de 9,7%, em linha com a produção de veículos, que cresceu 15,1% em janeiro. Na sequência aparece a metalurgia, que ampliou sua demanda de eletricidade em 4,8%, puxado pela produção de alumínio; a fabricação de produtos de borracha e material plástico (com alta de 4,1%); produtos alimentícios (+3,9%); produtos de minerais não metálicos (+3,8%); extração de minerais metálicos (+3,6%), e setor têxtil (+3,3%). O setor químico consumiu 2% mais em janeiro, abaixo da média da indústria no período, enquanto a produção de papel e celulose manteve-se estável (-0,1%). Já produtos de metal apresentou queda de 1,1%.
A classe residencial também registrou crescimento do consumo de eletricidade: foram 15.637 GWh, o que corresponde a um aumento de 1,4% em comparação com janeiro de 2024. A alta interrompeu o movimento de queda observado no mês anterior. Para a EPE, entre os principais fatores que podem ter contribuído para o maior consumo das residências está a expansão de 2,3% no número de consumidores residenciais e a melhoria nas condições de emprego e renda no País. A alta foi concentrada nas regiões Sudeste (+2,4%) e Nordeste (+2,2%).
Na classe comercial, houve diminuição de 1,7% no consumo de energia elétrica em janeiro, frente o mesmo mês do ano passado, para 8.793 GWh. A EPE destacou que a retração representa uma desaceleração em relação à queda observada no mês anterior. De acordo com a instituição, o recuo estaria relacionado à ocorrência de temperaturas mais amenas em comparação a janeiro de 2024.
Ambiente de Contratação
O mercado livre de energia, em que o consumidor escolhe seu fornecedor de eletricidade, representou 43,2% do consumo nacional, ou 20.374 Gwh. A demanda aumentou 9,7% em janeiro, na comparação anual, enquanto o número de consumidores cresceu de 64,5% no período.
Já o mercado regulado, atendido pelas distribuidoras, correspondeu a 56,8% do consumo brasileiro, ou 26.769 GWh, com queda de 5,3% na demanda e alta de 1,8% no número de consumidores frente janeiro do ano passado.
“O movimento de migração de consumidores cativos para o mercado livre permanece intenso após abertura para todos os consumidores do grupo A em janeiro de 2024”, afirma a EPE em sua resenha mensal. A instituição citou dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, segundo os quais quase 28 mil consumidores migraram para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) em 2024, com previsão de mais 14 mil migrações em 2025.