01/09/2020 - 14:51
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, denunciou nesta terça-feira (1o) um “verdadeiro escândalo ecológico” após a revelação da presença de resíduos tóxicos no rio Sena, provenientes de uma fábrica da empresa de cimento franco-suíça Lafarge-Holcim, alvo de uma investigação.
“Trabalhamos com nossos parceiros há muitos anos para melhorar a qualidade do rio. A cidade de Paris recorrerá ao procurador-geral da República pelos graves eventos que atacam nosso meio ambiente”, disse no Twitter Hidalgo, ao compartilhar uma informação revelada pela rádio Europe 1.
Segundo essa rádio francesa, uma fábrica da Lafarge localizada no bairro de Bercy, leste da capital francesa, despeja no rio uma mistura de “partículas de cimento, líquidos de tratamento e microfibras de plástico”.
Contatada pela AFP, a Procuradoria-Geral de Paris informou que uma investigação já foi aberta desde que o Escritório Francês da Biodiversidade (OFB) constatou em 27 de agosto uma “suspeita de contaminação do Sena por uma empresa de trabalhos públicos”.
A Procuradoria confiou imediatamente à OFB e à brigada fluvial uma investigação.
No Twitter, Barbara Pompili, ministra francesa da Transição Ecológica, indicou que inspetores de seu ministério irão ao local e que os “responsáveis serão processados”.
A empresa Lafarge se disse “vítima”, em um comunicado, e afirmou que o fluxo foi “um acidente excepcional provocado por um ato de má fé” e não uma ação voluntária da empresa.
Acrescentou que “o fluxo já cessou” e os controles das centrais foram reforçados.
Em abril de 2019, o grupo Vinci foi acusado de despejar resíduos de cimento no Sena a partir de uma de suas filiais nos subúrbios de Paris e foi condenado a uma multa de 50.000 euros.