18/02/2018 - 8:55
Flexão, abdominais e polichinelo em uma prancha flutuando na piscina. Há um mês, esses exercícios fazem parte da rotina da gerente de marketing Luciana Wilberg, de 49 anos, que começou a praticar acqua float, modalidade da grade de exercícios aquáticos de academias que atraem interessados em ir além de natação e hidroginástica.
Fora acqua float, acqua jump, deep running, acqua ioga, hidro GAP e acqua run integram o rol de aulas dinâmicas, voltadas para todos os públicos e com o potencial de oferecer gasto calórico superior a 500 calorias. Essas atividades costumam atrair o público principalmente no verão, mas, como as piscinas são levemente aquecidas, podem ser praticadas o ano todo. E até quem não sabe nadar pode participar das aulas.
Experiência
Luciana diz que conheceu a atividade na academia que frequenta, que tinha a proposta de fazer os alunos experimentarem diferentes modalidades. Ela conta que não praticava atividades na piscina. “Eu ainda faço atividades em solo, como jump, funcional, indoor cycle e musculação, mas costumo comparar esse exercício a um circuito funcional”, afirma. “Nós temos uma mudança corporal e é um exercício que, mesmo quando estamos parados, precisamos fazer um movimento para manter o equilíbrio na prancha”, emenda.
Luciana explica que algumas pessoas não gostam de fazer exercício na piscina por receio ou por questões estéticas. “Há pessoas que têm medo de água. Outras não fazem para não ressecar a pele”, diz.
Já a engenheira Amélia Christianne Medeiros, de 50 anos, que pratica há um mês, até se aventura em atividades com prancha. “Comecei a fazer e, no fim de semana seguinte, já aluguei um stand up paddle. Agora, estou comprando uma prancha para usar no litoral”, explica. Amélia elogia o exercício. “Qualquer pessoa pode fazer”, diz. A aula dura 30 minutos.
A professora universitária, Mariselma Ferreira, de 43 anos, adepta da corrida, fez a primeira aula de acqua float no começo do mês. “Eu adorei, mas achei difícil.” Ela conta que já experimentou deep running, que é a corrida dentro da água, e gosta da natação. “Adoro fazer, mas enjoa”, argumenta.
Paula Toyansk, gerente nacional acqua e kids da Bodytech Company, conta que a academia tem mais de 15 modalidades de ginástica aquática e a tendência de diversificar os exercícios na piscina começou há cerca de cinco anos. “De cinco anos para cá, começaram a surgir nas grandes redes os primeiros equipamentos, como a bike e o jump na água”, lembra Paula.
“De três anos para cá, surgiram as esteiras. Nos últimos dois anos, pole dance e o saco de boxe. Do ano passado para cá, a prancha. Isso mostra que o ambiente aquático pode ser tão dinâmico e desafiador quanto o seco”, diz.
Uma prancha de 2,3 metros por 80 centímetros é o principal componente do acqua float, modalidade em que os alunos precisam fazer exercícios em cima da estrutura. “Os praticantes realizam exercícios de condicionamento, agachamento, abdominal. É de curta duração e alta intensidade.”
De acordo com a gerente, entre janeiro e março há um aumento entre 20 e 30% na procura pelas aulas. Já o coordenador de atividades aquáticas e da ginástica da Ecofit, Rogério Franze, diz que as novas modalidades estão ajudando a mudar a percepção de que as atividades aquáticas são apenas para pessoas que sofreram lesões ou são exercícios monótonos.
“A gente começou com essas aulas para atingir um público novo e dá para trabalhar vários pontos no meio líquido”, afirma Franze.
Saúde
Para o professor de cardiologia e medicina do esporte no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e no Hospital do Coração (HCor), Nabil Ghorayeb, essas modalidades são variações de exercícios que já são oferecidos em academias. Os cuidados ao praticá-los, segundo o médico, devem ser os mesmos recomendados para outras atividades, como fazer um check-up antes de iniciar e buscar um especialista se ocorrer algum evento de mal-estar. “Temos de fazer, no mínimo, 150 minutos de atividades moderadas por semana”, explica o cardiologista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.