06/12/2019 - 11:30
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 6, que o controle dos gastos públicos está por trás de tudo o que o governo federal está fazendo. O objetivo, disse o ministro, é controlar a expansão dos gastos e não reduzi-los efetivamente. “Os gastos tinham má qualidade. Gastamos muito e gastamos mal. Vamos controlar a expansão dos gastos, não estamos cortando nada, só não estamos deixando crescer o que é ruim”, comentou.
Guedes fez a afirmação em discurso durante o seminário “BNDES com ‘S’ de Social e de Saneamento”, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDE), no Rio.
Segundo o ministro, o primeiro “ato” para controlar os gastos públicos foi a reforma da Previdência, que se preocupou em reduzir “privilégios”. O “último ato” foi o envio da proposta de emenda constitucional do “pacto federativo”, que descentraliza recursos públicos obrigatórios e vinculados.
Guedes também chamou a reforma previdenciária de “primeiro ataque” ao excesso de gastos, que, segundo ele, chegou a 45% do Produto Interno Bruto (PIB).
O segundo ataque, disse o ministro, foi “ajudado pelo primeiro”, que foi a queda nas taxas longas de juros no mercado.
Guedes lembrou que a taxa básica de juros (Selic) hoje está em 5,0% e está na “iminência” de cair “de novo”, mas destacou uma diferença em relação a governos anteriores.
“Ao contrário do governo anterior, em que os juros longos não caíram, como fizemos a (reforma da) Previdência, que deu horizonte, os juros longos começaram a descer”, afirmou o ministro.
Guedes citou contas do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, para estimar que, em 2020, os gastos públicos com juros da dívida, por causa da redução das taxas, será menor em R$ 96 bilhões. Segundo o ministro, o valor equivale a três vezes o orçamento do programa Bolsa Família.
Conforme Guedes, o BNDES tem ajudado nesse processo, com a devolução dos recursos que “alavancaram” o banco. “Pedalaram o BNDES”, disse o ministro, para então criticar o destino dos recursos aportados pelo Tesouro Nacional no banco de fomento, como “ajudar os campeões”, numa referência à política que ficou conhecida como “campeões nacionais”, em que o BNDES apoiou a internacionalização de grupos privados brasileiros.
“Sou a favor da iniciativa privada por sua conta. Ninguém pode virar campeão nacional com dinheiro público”, afirmou Guedes.