19/02/2025 - 13:55
Por Roberto Samora
GUAXUPÉ (Reuters) – A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, projeta inicialmente receber 5,6 milhões de sacas de 60 kg de café em 2025, de cooperados e terceiros, uma queda de quase 10% em relação a 2024, com o clima seco no ano passado limitando o potencial produtivo.
Em entrevista à Reuters em Guaxupé, onde está a sede da cooperativa no Sul de Minas Gerais, o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirmou esperar que os cooperados entreguem cerca de 4,5 milhões de sacas, 400 mil a menos do que no ano passado.
“Por causa de clima, por conta do clima (cairá o recebimento). Os tratos culturais foram iguais ou até maiores do que em anos anteriores… O produtor comprou mais insumos porque a relação é muito boa por causa de um preço de café… e mesmo assim a safra é menor…”, disse Melo.
Caso a projeção preliminar da Cooxupé se confirme, poderia dar sustentação adicional aos preços do café arábica, que estão oscilando próximos de recordes históricos acima de US$4/libra-peso, com frustrações de safras no Brasil sendo importante impulso para a alta.
Ele ponderou, contudo, que de novembro para cá o clima melhorou, o que poderá levar a revisões positivas nas próximas estimativas.
“Este ano nós estamos esperando 5,6 (milhões de sacas), mas essa é a primeira estimativa… com certeza isso aqui vai subir um pouquinho, acho eu”, ressalvou Melo, que preside uma cooperativa que trabalha apenas com café arábica, exportando grãos de alta qualidade.
Pela projeção atual, a cooperativa ainda espera obter cerca de 1,1 milhão de sacas de produtores terceiros (não cooperados), estável ante 2024.
A Cooxupé, também a maior exportadora de café do país, deverá embarcar 6 milhões de sacas em 2025, 600 mil sacas a menos do que em 2024, para os mercados externo e interno, contando com estoques remanescentes do ano passado.
Já a exportação de café da Cooxupé foi prevista em 4,9 milhões de sacas em 2025, quase estável ante as 5 milhões de 2024.
Para o mercado interno, por sua vez, a Cooxupé deverá escoar 1,1 milhão de sacas, contra 1,6 milhão no ano passado.
“Os embarques do ano passado, com todas as dificuldades, foram um sucesso. Nós embarcamos 6,6 milhões. Se a meta era 6,7, chegou a 6,6”, destacou, lembrando que a safra 2024 também foi menor do que a esperada.
O presidente da Cooxupé afirmou que ao final de fevereiro deverá ter novas previsões de recebimentos e embarques para 2025.
(Por Roberto Samora)