O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira (11) que os países alcancem um acordo na Cúpula do Clima (COP28) para eliminar progressivamente todos os combustíveis fósseis, ressaltando que urge aos negociadores a demonstração de “máxima flexibilidade” e “boa fé”.

É “essencial” que o texto final, previsto para terça-feira, 12, “reconheça a necessidade de se abandonar as energias fósseis dentro de um calendário coerente com o limite de 1,5ºC” de aquecimento global, declarou aos jornalistas ao retornar a Dubai para o fim da conferência.

“Isto não significa que todos os países devem abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo”, destacou em reação a petições por parte de alguns países em desenvolvimento de dispor de mais tempo do que as nações mais ricas.

A questão dos combustíveis fósseis e do financiamento para os países mais desfavorecidos é central na COP28, que entra em sua fase final de negociações antes da sua conclusão, prevista para terça.

“Estamos em uma corrida contra o tempo” para encontrar um consenso, destacou Guterres. As negociações estão travadas diante da oposição de alguns países exportadores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita, a adoção de um texto que aborde abertamente as energias fósseis.

Na COP28 em Dubai é a primeira que se faz um balanço da ação climática adotada desde o Acordo de Paris, em 2015, que estipulou o objetivo de manter o aumento da temperatura média global em 1,5ºC ante a era pré-industrial. O objetivo é adotar metas mais ambiciosas, acelerar a transição energética e as medidas de adaptação.

O grande debate que pressiona os negociadores gira em torno sobre começar a abandonar o petróleo, gás e carvão, que representa mais de dois terços das emissões de gases do efeito estufa. Ou se simplesmente há que reduzir gradualmente o consumo dessa energia, que tem sido o motor do crescimento mundial desde o início do século XX.

“Não temos um minuto a perder nessa reta final crucial”, disse anteriormente Simon Stiell, chefe da agência do Clima da ONU. Há que haver “o máximo de ambição possível”, acrescentou.

O encerramento da conferência nesta terça-feira é considerado difícil diante das negociações diplomáticas. Isso é algo habitual na COP. As negociações são presididas por Sultan Al Jaber, chefe da companhia petrolífera dos Emirados Árabes, o que despertou críticas ainda que Jaber tenha destacado que escuta todas as partes e luta por um “acordo histórico”.